tag:blogger.com,1999:blog-91904682556049226752024-03-14T01:26:58.620-07:00Grupo de Ação FeministaflorianópolisGrupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.comBlogger45125tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-41045395073542171512011-03-08T16:12:00.000-08:002011-03-08T16:14:02.686-08:008 de março: dia das mulheres de luta!acho que estamos nos mudando pra ca: http://www.acaodesgenerada.libertar.org/<br /><br />.. em breve voltaremos!Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-5437021785756165162010-08-24T07:22:00.000-07:002010-08-24T07:40:49.704-07:00Atividade "FEMINISMO DE GUERRILHA"<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/THPWgstSxNI/AAAAAAAAAPk/k2YhVVXPBj0/s1600/cartaz+-+gefe-+internet.bmp"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 227px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/THPWgstSxNI/AAAAAAAAAPk/k2YhVVXPBj0/s320/cartaz+-+gefe-+internet.bmp" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5508982626449540306" /></a><br /><br /><br />QUINTA, DIA 25 DE AGOSTO<br />18hOO NO DCE da ufsc!<br /><br /><br /><br />TEXTO DO CARTAZ:<br /><br />Aproveitando a vinda de milhares de pessoas de todos os lugares para o Fazendo Gênero, nós resolvemos improvisar esse momento de conversa. Queremos convidar a todas e todas que em suas cidades e países desenvolvem projetos coletivos que procuram questionar o gênero para além do âmbito acadêmico. Queremos convidar pessoas de outros grupos, que como o nosso, desenvolvem ações práticas que colaboram para subverter os sexismos presentes em casa gesto do cotidiano.<br /><br />A GAFe (Grupo de Ação Feminista) nos seus 3 aninhos de existência criou oficinas em vários pontos da cidade para abrir espaço a discussões sobre feminismo, sexualidade, aborto, auto-defesa feminista (wendo). Também publicamos materiais para convidar os moradores da cidade a pensar sobre sua condição de gênero em todos os âmbitos da vida. Além disso, fizemos algumas intervenções urbanas retomando o espaço da noite como lugar nosso por direito. <br /><br />Bueno, convidamos então a tod@s que estiverem interessad@s em ouvir um pouco sobre nossa experiência e principalmente, que tiverem outras vivências de ação feminista para compartilhar.<br /><br />Até logo.<br />Saudações Desgeneradas :)Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-7067286392131660982009-12-18T06:22:00.000-08:002009-12-18T06:24:41.207-08:00Declaração final da assembléia da frente nacional pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto.*http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2009/12/460679.shtml<br />Por Direitos da Mulher 12/12/2009 às 11:50 <br /><br />Nenhuma mulher deve ser presa, punida, maltratada ou morrer pela prática do aborto.<br /><br />Hoje no Brasil, parte dos algozes da inquisição com suas vestes e capuzes tem uma nova face: o paletó, o jaleco branco, a toga, que no legislativo, nos tribunais, serviços de saúde, delegacias se arvoram a prender, julgar, punir e condenar as mulheres que, em situação limites de sua vida, optaram pela prática do aborto como ultimo recurso diante de uma gravidez indesejada.<br /><br />Pela autonomia e cidadania de todas as mulheres! Pelo fim da criminalização das mulheres! Pela legalização do aborto!<br /><br />DECLARAÇÃO FINAL DA ASSEMBLEIA DA FRENTE NACIONAL PELO FIM DA CRIMINALIZAÇÃO DAS MULHERES E PELA LEGALIZAÇAO DO ABORTO.<br /><br />Recrudesce no Brasil um processo de criminalização dos movimentos sociais, organizações e militantes. Isto para bloquear o avanço das lutas por direitos e transformação social. No caso da luta das mulheres não é diferente.<br /><br />Forças patriarcais tradicionais, constituídas pelas oligarquias, a ultra direita fascista e setores fundamentalistas das igrejas cristãs, nos últimos anos deslancharam um processo de perseguição e criminalização da luta das mulheres por autonomia e autodeterminação reprodutiva atingindo em primeiro lugar as mulheres que recorreram a prática do aborto e aqueles/as que as apóiam.<br /><br />Leia matéria Completa<br /><br />Numa perversa aliança entre neoliberais e conservadores, vivemos uma conjuntura de cerceamento do direito ao debate democrático sobre a problemática do aborto, ao mesmo tempo em que cresce no Estado o poder e influência destas forças. Ocupam o parlamento, os espaços de controle social e avançam no controle da gestão da rede pública de educação e de saúde, e nesse caso, ameaçando os princípios do SUS com impacto negativo na qualidade do atendimento às mulheres. Dados de estudos e pesquisas sobre a mortalidade de mulheres comprovam que, pela magnitude da proporção de mulheres negras mortas nos serviços de saúde, configura-se num verdadeiro genocídio perpetrado pelo Estado brasileiro contra esta população.<br /><br />As forças patriarcais, religiosas ou não, atuam também na base dos partidos políticos e movimentos sociais, disputando ideologicamente o debate de projeto de sociedade junto à juventude e à ampla parcela cristã dos/as militantes e dirigentes. Por este estratagema tentam impor sua doutrina religiosa, visão de mundo e visão sobre as mulheres, a sexualidade e a reprodução humana.<br /><br />A adesão ao ideário conservador no campo da sexualidade e reprodução construiu as contradições que hoje enfrentamos nos partidos de esquerda e nos movimentos do campo democrático popular, que, construindo um projeto libertador, recuam em propostas libertárias quanto à autonomia das mulheres.<br /><br />Hoje no Brasil, parte dos algozes da inquisição com suas vestes e capuzes tem uma nova face: o paletó, o jaleco branco, a toga, que no legislativo, nos tribunais, serviços de saúde, delegacias se arvoram a prender, julgar, punir e condenar as mulheres que, em situação limites de sua vida, optaram pela prática do aborto como ultimo recurso diante de uma gravidez indesejada.<br /><br />Temos hoje uma das piores e mais reacionária legislatura no Congresso Nacional desde a ditadura, que ataca os movimentos sociais pela via das CPIs, entre elas a CPI do Aborto, ao mesmo tempo em que aprova a concordata entre o Brasil e o Vaticano, uma ameaça ao princípio da laicidade do Estado brasileiro.<br /><br />Nesta conjuntura, nós integrantes da Frente Nacional pelo Fim da Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto reafirmamos:<br /><br />- nosso compromisso com a construção da Frente formada por movimentos sociais e setores democráticos brasileiros;<br /><br />- nosso compromisso com a defesa radical das mulheres e movimentos sociais engajados nas lutas sociais;<br /><br />- nosso compromisso de não abandonar e prestar solidariedade a todas as mulheres que precisaram recorrer ao aborto,<br /><br />- nosso compromisso com a construção de um Brasil justo e democrático. Convocamos todas as mulheres a mobilizarem sua inquietude, rebeldia e indignação na luta feminista em defesa das mulheres;<br /><br />Convocamos os setores democráticos a somarem-se em aliança contra a criminalização das mulheres e dos movimentos sociais;<br /><br />Não aceitamos qualquer proposta de plebiscito sobre o tema do aborto. Esta prática não pode ser transformada em questão plebiscitária. Esta é uma questão de foro íntimo de cada uma de nós mulheres. As mulheres devem ter garantida a sua capacidade moral e soberana de tomar decisões sobre suas vidas.<br /><br />Exigimos dos poderes da República a observância dos Tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário e observância das resoluções das Conferências de Políticas para Mulheres, cumprindo a revisão, coordenada pela SPM em 2005, da legislação que pune o aborto e avançando na sua legalização nos termos da proposta consensuada no âmbito da Comissão Tripartite formada pela sociedade civil, executivo e legislativo.<br /><br />Nenhuma mulher deve ser presa, punida, maltratada ou morrer pela prática do aborto.<br /><br />Pela autonomia e cidadania de todas as mulheres! Pelo fim da criminalização das mulheres!<br /><br />Pela legalização do aborto!<br /><br />São Paulo, 07 de Dezembro de 2009<br /><br /> >>Adicione um comentárioGrupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-49961082839497860172009-10-06T13:47:00.000-07:002009-10-06T13:51:06.664-07:00Vinhetas da GAFe!Aí vai (em forma de vídeo) o resultado dos primeiros experimentos da GAFe na gravação de vinhetas! <br /><br />Ficaram meio toscos, mas estamos aprendendo! O processo é lento!!!<br />São quatro vinhetinhas juntas em um vídeo.. <br /><br /><object width="425" height="344"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Tqis739CRTk&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Tqis739CRTk&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="425" height="344"></embed></object><br /><br />O objetivo é que esse material seja difundido em rádio livres e comunitárias! Mas obviamente ficaremos muito felizes com ele circulando livre por qualquer canto. Então se aproprie dele, difunda, copie, divulgue.. E viva a pirataria! Uhul!Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-16994360672218748052009-09-29T20:46:00.000-07:002009-09-29T22:05:16.996-07:00Tesão do Estuprador<span style="font-weight:bold;">Tesão do estuprador.</span><br /><br />É de surpreender-se com o quanto algumas pessoas conseguem simplesmente banalizar um ato de violência dos mais pesados que existe reduzindo a uma questão de "ele estava com tesão acumulado".<br /><br />Práticas como o estupro, a prostituição, e a pornografia, que portam uma nítida dimensão de violência e abuso contra as mulheres, são freqüentemente banalizadas como mera "manifestação saudável de sexualidade - é errado reprimir". E ainda patologizam de "recalcadas" aquelas que se posicionam contrárias à liberação do tesão, do gozo do macho..<br /><br />Pois que tesão é esse?<br />"Energia orgástica" da espécie humana, que fica represada e explode como água de uma mangueira presa?<br /><br />Coerente coerente com a Física mecanicista das mais trash, a narrativa: <span style="font-style:italic;">"Frustre um cara, frustre um cara, uma hora ele explode"</span>. Ameaça? <span style="font-style:italic;">"Nãããão, é a natureza humana"</span>. E lá estão trocentos psicopatas hollywoodianos pra dar um exemplo.<br /><br /><span style="font-style:italic;">"Então cuidem, mulheres, pra não frustrar demais os homens, sim?"</span><br />...<br /><br />ACONTECE que essa narrativa tá às avessas.<br />Está ali PRESSUPOSTO que exista uma "energia sexual" anterior às relações sexuais, e que "masturbação", "pornografia", "estupro" são manifestações culturais dessa energia.<br /><br />Só que a nível de realidade funciona o contrário:<br />A masturbação masculina que nós conhecemos (do sujeito se trancar no banheiro, quarto, com a revistinha, computador ou TV - e não aquela da criança simplesmente curiosa pra conhecer o próprio corpo) é uma prática social, estimulada via pares (<span style="font-style:italic;">"Será que sou o único do meu grupinho que ainda não ejaculou?"</span>), que CRAVA NO CORPO uma determinada FORMA DE RELAÇÃO com as mulheres ou com homens. <br /><br /><span style="font-style:italic;">"Como é? A sexualidade não estava ali antes, desde os macacos?"</span><br /><br />É pela reiteração discursiva de amigos, familiares, médicos legitimando o que é uma "sexualidade saudável" e "normal" que um guri sente-se compelido a fazer downloads de pornografia e bater uma punheta.<br /><br />A masturbação <span style="font-weight:bold;">não é apenas algo físico</span>: ela implica a realização de um imaginário social, constituído a partir de determinadas "Formas narrativas" de como uma determinada sociedade legitima a relação com o desejo e próprio corpo.<br /><br />É um ato performativo, ritual alquímico, que constrói um laço de Naturalização entre um discurso social e uma vivência corporal.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">Neste ponto, não se goza APENAS com o corpo, não se ejacula APENAS esperma: goza-se sempre a partir de uma posição social, ejacula-se poder.</span><br /><br />Homens, nos masturbamos sempre Imersos em narrativas do que implica ser "um verdadeiro homem", e do que implica "verdadeiras mulheres" - e de que tratamento aquelas merecem de nós.<br /><br />Assim se constrói o Sexo.<br />Pornografia, Masturbação, Estupro - carregam uma vinculação em si mesma, não por remeterem a uma "energia natural do corpo", mas porque tecem uma complexa rede de incitações Ideológicas que produzem Experiências de Corpo.<br /><br />O estuprador não Nasce, ele é produzido pela cadeia de forças de uma Ideologia que coisifica o corpo das mulheres como:<br />1) Propriedade de homens.<br />2) Passível de punição sempre que ocupar um espaço público.<br />3) Condenado ao dever de sempre proporcionar prazer e gozo aos homens.<br /><br />Mulheres erotizam Homens? Certo. Mas não os tratam como propriedade (não com a mesma literalidade). Não lhes tolhem a liberdade de ir-e-vir. E não lhes condenam ao lugar de Eternos objetos de prazer - podem os desejar, mas não os reduzem a isso.<br /><br />Mas tudo isso são práticas recorrentes e Normativas dos homens com relação às mulheres.<br /> Essa é a ideologia que se embrenha no DNA do Estuprador; é o vírus que circula nas mãos suadas do masturbador; está ali, cultivado in vitro nos roteiros de filmes pornôs.<br /><br />Nossos corpos são adestrados com a herança de um ódio vigoroso e profundo contra Toda e Qualquer mulher.<br /><br />Se queremos nos livrar disso ou não, é aí que entra nosso engajamento político em cena a transformar nossos afetos e erotismos - ser homem não é um destino, podemos ser muito mais do que isso! Mas não dá pra fingir que isso não existe, e que não temos trabalho com nosso corpo pela frente.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">É fácil ser contra a prática do estupro, da pornografia e da prostituição enquanto preceito moral... ninguém "defende" explicitamente qualquer tipo de violência. Mas naturalizar e banalizar tais práticas é tão horrível quanto seria defendê-las...</span><br /><br />Chegô a hora de se desconolizá do caralho, ô putaria!<br /><br />(Arthur Grimm - Julho de 2008)Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-36883939905512424652009-09-29T20:10:00.000-07:002009-09-29T20:27:11.788-07:00Mais confiança? (Hilan Bensusan)Audre Lorde (Sister Outsider, 112) famosamente vaticinou que os instrumentos do mestre não podem ser usados para desmantelar a casa do mestre. Este vaticínio inaugurou uma maneira de apresentar um debate que sempre ressurge: quais são os instrumentos do mestre (há outros debates sucursais a este: quem é o mestre, o que é o instrumento e que casa queremos desmantelar). Gostaria de defender a idéia de que um dos instrumentos do mestre é a desconfiança. Ou seja, que a confiança é subversiva em nossas sociedades desconfiadas. Porque os sistemas de controle e direcionamento dos nossos pensamentos, desejos e ações supõem e reforçam a desconfiança.<br /><br />Agir com desconfiança é cuidar da própria pele––nos enredamos em novelos de desconfiança para tentar salvar nossa própria pela (Julie, personagem de Edukators, depois da volta de Peter à companhia dela e de Jan, diagnostica que eles não estiveram focados suficientemente em fazer a revolução quando passaram dias seqüestrando o milionário––o seqüestro os enredou em uma trama movida pela desconfiança). A desconfiança estreita nosso campo de ação; constrói uma mentalidade defensiva; com esta mentalidade procuramos alguma coisa que seja nossa e cerramos fileiras para defendê-la. As cercas, são as cercas até aonde chega alguma confiança. Haidar Abdel Shafi foi um defensor dos direitos palestinos nascido em 1919; Ben- Gurion governou Israel nos anos cinqüenta, Shakespeare escreveu comédias, tragédias e sonetos. O israelense Aharon Shabtai fez um poema assim sobre sua filha Lotem:<br /><span style="font-style: italic;"><br />O coração morre sem espaços para amar, sem um horizonte moral:</span><br /><span style="font-style: italic;">pense nele como um pássaro engaiolado.</span><br /><span style="font-style: italic;">Meu coração parte com amor em direção aos que estão do outro lado da cerca;</span><br /><span style="font-style: italic;">apenas nesta direção posso avançar, quer dizer, fazer progresso. </span><br /><span style="font-style: italic;">Sem eles, eu sinto que sou uma pessoa pela metade. </span><br /><span style="font-style: italic;">Romeo nasceu um Montechio, Julieta era da linha dos Capuletto, </span><br /><span style="font-style: italic;">e eu sou um discípulo de Shakespeare, não de Bem-Gurion–</span><br /><span style="font-style: italic;">– e, portanto, eu ficarei contente se minha filha se casar com o neto de Haidar Abdel Shafi.</span><br /><span style="font-style: italic;"><br />Eu quero dizer, claro, como uma parábola––mas a parábola é minha medida,</span><br /><span style="font-style: italic;">e uma vez que ela tem mais conexão com meu corpo que dentes ou cabelos,</span><br /><span style="font-style: italic;">não é apenas como uma fantasia inútil ou como uma licença poética</span><br /><span style="font-style: italic;">que eu ponho o nosso destino no sexo de minha filha.</span><br /><span style="font-style: italic;">Que eu me dou este presente imaginário, testemunha o quanto</span><br /><span style="font-style: italic;">Nós estamos vivendo ainda em um submundo,</span><br /><span style="font-style: italic;">Onde nós temos a esperança e o potencial de uma ameba.</span><br /><span style="font-style: italic;">[...]</span><br /><span style="font-style: italic;">O noivo árabe de Gaza, também estenderá a minha filha um vestido</span><br /><span style="font-style: italic;">No qual estará bordada a terra redimida da maldição do Apartheid</span><br /><span style="font-style: italic;">Nossa terra como um todo, de todos os seus descendentes,</span><br /><span style="font-style: italic;">Então ele levantará o véu de sua face e dirá:</span><br /><span style="font-style: italic;">“E agora eu te considero minha esposa, Lotem Abdel Shafi”.</span><br /><br />A desconfiança é uma atitude de cercamento, uma atitude de estabelecer fronteiras––quando desconfiamos das pessoas não podemos compartilhar propósitos; nos melhores casos toleramos propósitos distintos. A desconfiança é o avesso do acolhimento; é apostar que as outras pessoas são ameaças, que podem deixar as coisas piores do que estão. A desconfiança produz uma mentalidade de rabo-preso: não posso desguarnecer minha propriedade; o que é meu, apenas eu posso defender––e é preciso que alguém defenda. Eu desconfio de potenciais agressores e invasores; confio nos que parece que podem me fazer ou me trazer algum bem. Os limites da confiança traçam o limite do que eu reconheço como parte de um âmbito em que eu faço parte; os limites da minha confiança são, em algum sentido, os limites do âmbito em que eu me movo––do que, em cada caso, eu posso dizer que é meu mundo. Confiar é conhecer; eu confio no que eu conheço––na medida em que eu conheço––mas conhecer é, também, ser capaz de confiar. Naquilo que eu conheço eu me fio, daquilo que eu não conheço eu apenas me protejo. O cercamento da confiança exibe a fronteira do que podemos conhecer; a confiança também é nossa expectativa com respeito ao que ignoramos: nossa política da confiança é também em parte a imagem de nossa política acerca de nossas ignorâncias.<br /><br />Não é possível desconfiar de toda ignorância; ignoramos muito. O manejo da ignorância é também o manejo da confiança. A desconfiança– como o mercado predador do que uma vez foi gratuito ou a disputa que se constrói sobre níveis de cooperação–requer nichos de confiança. (O quebracabeça de nossa maneira de viver não fecha se todas as peças forem feitas de desconfianças.) A desconfiança germina algumas confianças; somos apresentados a algumas gavetas aonde devemos guardar nossa confiança: as gavetas são o repositório da confiança. São as gavetas-família, as gavetasnação, as gavetas-comunidade-religiosa, as gavetas-partido-político, mas também as gavetas-classe, as gavetas-raça, as gavetas-identidade. Estas gavetas são os lócus compulsórios de confiança moldados por um conjunto de normas a que associamos nossa dignidade, nossa respeitabilidade e nossa confiabilidade. Estas confianças moldadas-em-pedra são apresentadas como confianças as confianças que valem a pena. Ainda que apresentadas como naturais, elas têm que ser instituídas e reforçadas por nossos esforços direcionados. Para implementar estas confianças, outras desconfianças são implementadas a sua volta. Nossas instituições emocionais se identificam dentro de um mapa de confianças e desconfianças: estamos dentro de países determinados por nossa confiança maior, em continentes desenhados por nossa confiança menor––a linha das divisas é o grau de nossa desconfiança. Desconfiança é desconfiança de alguma coisa: podemos sacudir a matriz das desconfianças. Sacudir a matriz; não confiar com imprudência.<br /><br />O mapa dos poderes é também o mapa de quem confia e quem merece confiança. Poderes freqüentemente se estabelecem dividindo aquilo que dominam: distribuindo desconfianças. Sem nenhuma desconfiança, não pode haver um manejo de poder––eis aqui o instrumento do mestre. A distribuição de desconfiança é também a distribuição de propósitos atomizados: eu zelo pela minha carreira, pelo meu grupo, pela minha família, pela minha honra. A cultura da desconfiança se nutre da cultura do medo. Pontes não podem ser erguidas se tememos que só há areia movediça na ilha que queremos alcançar. Os mecanismos de poder germinam em um ambiente em que a confiança é feita escassa; ela então deve ser procurada em certos lugares, ela então tem um preço. A escassez da confiança é o que preserva a autoridade que distingue alguém. O poder dos governantes flutua sobre a teia de sua credibilidade––e sobre a teia de desconfiança que os submetidos apresentam diante deles (é melhor manter uma distância segura e confiável da polícia, do exército etc). Diante da escassez, parece que precisamos de Grandes Irmãos Panópticos que nos assegure que todos estão agindo de uma maneira que não precisa me assustar––uma vez que ninguém é digno de confiança, os Grandes Irmãos Panópticos devem ser. (Não há desconfiança sem nichos de confiança uma vez que desconfiar de alguém nos impele a depositar a confiança perdida em alguma outra parte.) O poder dos cientistas reside na confiabilidade de suas crenças. Os médicos zelam pela incredibilidade dos curandeiros. A dúvida, e a nossa situação de incerteza, nutre nichos de confiança. Diante da dúvida, a resposta política da desconfiança que instaura a escassez da credibilidade é que há algo em que nós podemos confiar. A escassez da confiança parece ser o elo que conecta a escassez das crenças confiáveis com um regime em que há privilégios associados a confiabilidade.<br /><br />Ao dizer que a desconfiança é instrumento do mestre––artefato de instauração dos poderes––não quero dizer que possamos conceber uma sociedade sem desconfiança ou sem poderes. Parece que a desconfiança aparece da nossa situação de vulnerabilidade e não sei se nossa espécie é capaz de responder a vulnerabilidade de outra maneira. Talvez não seja. Ainda assim, a distribuição de poderes e de desconfiança pode ser bastante chacoalhada por meio de algum instrumento que não seja simplesmente mais uma promoção de desconfiança. Podemos ter que responder a dúvida com desconfiança e podemos ainda distribuir a desconfiança––e a confiança––por toda parte, sem instaurar cinturões de confiabilidade timbrados de autoridade e conferidos de poderes especiais. Ou seja, podemos admitir mesmo que não podemos deixar de ter um contraste entre confiança e desconfiança e ainda assim postular que podemos ter um mapa da confiança organizado em mapas diferentes. Diferentes mapas da confiança, eu proponho, podem ser melhor atingidos se espalharmos confiança. Acredito nisso porque promover desconfiança é colocar lenha na fogueira dos tradicionais nichos que acolhem a confiança que precisa ser produzida a cada vez que desconfiamos de alguma coisa––estes nichos, em um palavra, são a casa do mestre.<br /><br />O status quo, portanto, parece ser talhado na desconfiança. A atomização dos propósitos tem um papel nisto. Quando há diferentes propósitos que, se não se mesclam, podem impedir um ao outro, temos potenciais ameaças de quem desconfiar; a competição também faz parto de desconfiança. A competição, muitas vezes pela credibilidade (que traz honra, prestígio e privilégio), é possível também por causa da escassez: escassez de recursos de sobrevivência, escassez de atenção, escassez de afeto, escassez de serviços emocionais. Aqui também não se trata de poder mostrar que toda escassez é fabricada por nossas práticas que levam a desconfiança, porém tão somente de indicar como a desconfiança ela mesma gera pelo menos alguma escassez. Desconfio que vai acabar as batatas e quem ficar sem batatas vai ficar sofrendo se sentindo irremediavelmente desprovido de alguma coisa que precisa: aceito que ao vencedor vão as batatas; ao perdedor, a falta de batatas. Se houvesse mais batatas, ou se houvesse a confiança de que quem não comer agora poderá comer de alguma outra parte mais tarde, não precisamos de perdedores. A distribuição de bens é às vezes ela mesma geradora de gargalos: as batatas do vizinho podem apodrecer, mas elas não são nossas então nós não podemos come-las; temos que ter nossos perdedores e a eles nenhuma batata. Claro, posso tentar comprar as batatas do meu vizinho, mas se eu fizer isto, ele tem que confiar que eu vou pagar: precisaremos do banco central, ou dos cartórios, ou pelo menos de um trato entre nós isolado de todo o resto fazemos vizinho por vizinho. A confiança se nutre de confiança: a economia da confiança é a economia da abundância; e a abundância é a abundância de dívidas: todos podem viver permanentemente em dívida. A instauração da idéia de que as dívidas algum dia podem e devem ser pagas––neste dia não vou dever mais nada a ninguém e ninguém vai me dever mais nada––parece ser pelo menos uma fonte de desconfiança e uma fonte que espirra gotas de escassez. A desconfiança (e a confiança seletiva) produz um gargalo na distribuição dos afetos, da credibilidade, dos pensamentos e das batatas: apenas de desconfiança são feitas a propriedade, o medo e a porta que nos separa do vizinho e das batatas que estão apodrecendo na sua cozinha enquanto nós competimos pelas poucas que sobraram no nosso quintal. A desconfiança é o que impede os presentes (de afetos ou de batatas) de fluírem e quando eles fluem, analisa, por exemplo, Lewis Hyde, eles terminam chegando onde ele faz falta. A acumulação, produzida pela desconfiança, impede que o fluxo de dádivas prossiga: produz gargalo, produz escassez naquilo que está para além do gargalo. Lewis Hyde, no seu lindo Imagination and the Erotic Life of Property diz:<br /><span style="font-style: italic;">A satisfação vem não apenas de estarmos plenos mas de estarmos plenos de uma corrente</span><span style="font-style: italic;"> que não vai parar. Com a dádiva, como no amor, nossa satisfação nos deixa a vontade</span><span style="font-style: italic;"> porque nós sabemos que o seu uso é o que assegura sua abundância. (22)</span><br /><br />A desconfiança, e sua distribuição, modelam as variáveis econômicas que regem a distribuição dos bens e serviços emocionais e materiais que precisamos. Ela faz isto, produzindo gargalos. O que flui não falta: o controle e o apego são meios de engarrafar.<br /><br />Audre Lorde ela mesma parece não estar por vezes longe de querer dizer que a desconfiança é instrumento do mestre. Ela também encontra inspiração nos pedaços de dimensões eróticas em nossas vidas. Em “Uses of the Erotic” (Sister Outside, 56) ela diz que uma dimensão erótica provê o poder que faz com que duas pessoas compartilhem propósitos e, assim, compartilhem alegria, psíquica ou emocional ou intelectual que forma uma ponte em que podem transitar as diferenças. Estas dimensões eróticas são o contrário da desconfiança; elas requerem uma ampliação das nossas fronteiras––requerem que nosso coração vá em direção a quem está do outro lado da cerca, só assim podemos avançar. Subversão erótica, podemos aprender, aparece quando perdoamos o imperdoável e o perdão não é entendido como uma fraqueza que surge da desconfiança. Aparece quando nos conectamos com as pessoas sem que esperarmos que elas atendam a função de nossas provedoras de batatas, de informação ou de serviços emocionais. Aparece quando nos conectamos com as pessoas mesmo sabendo que elas são elos em muitas correntes de desejo e que todo desejo é vulnerável. A confiança não se nutre de checagens e garantias e promessas e testemunhas e obrigações morais ou materiais. Desconfiar é requerer segurança; a segurança pela qual perigamos pagar mais de apólice do que o valor do que queremos segurar. A confiança sobrevive aos requisitos de segurança, e, no entanto, perde um pouco da sua intensidade e sai com a tinta erótica de que é feita arranhada. Subverter não é confiar sempre––em nossa sociedade subverter nem pode ser subverter sempre. Mas subverter parece estar próximo do esforço de criar novos espaços de confiança que, por sua vez, parece que germinam alguns novos espaços de liberdade.<br /><br />Gostaria de conduzir esta suspeita de que a desconfiança é instrumento do mestre para dois terrenos: as políticas de identidade e a discussão das práticas poliamóricas. Com respeito a políticas de identidade minha suspeita (ia dizer desconfiança) é que identidades compulsórias são obrigações para que escapemos da difícil tarefa de manejar a credibilidade das pessoas––nossa confiança nelas. Políticas de identidade são políticas em que grupos de identidade determinam o interesse, as crenças e as ações das pessoas: você deve fazer assim, sentir isto ou pensar deste jeito porque você é negra, mulher, operário, homossexual, estudante, colombiana ou retirante. As políticas ancoradas na identidade de pessoas a grupos são políticas que apelam para a experiência obrigatória e com um lastro intransferível de todos os membros do grupo: mais cedo ou mais tarde todas as operárias adquirem sua consciência de classe, todas as mulheres descobrem que são irmãs, todos os negros aderem ao Movimento. É como se cada pessoa tivesse obrigações para com a experiência supostamente compulsória do grupo. Esta experiência atua como uma catraca conectando a pessoa ao seu grupo. As políticas de identidade contribuem para reforçar as identidades: a opressão de gênero se baseia na suposta diferença universalmente aceita entre os gêneros, a opressão de raça se baseia na distinção compulsória entre as raças. Fica parecendo que estamos usando claramente o instrumento do mestre para tentar desmantelar a casa do mestre quando invocamos a consciência dos negros enquanto negros etc. Uma coleção de feministas em alguma medida inspiradas pelo trabalho de Judith Butler para desfazer a noção de gênero, começaram a repudiar o uso deste instrumento do mestre. É certo que as políticas de identidade orientam a discriminação, o esmagamento dos grupos privilegiados e, em geral, a supremacia branca, masculina e dos detentores de capital. É claro que é do interesse deles a desconfiança em grande escala––instrumento do mestre––e é claro que estas são as regras da sua conduta. Porém o movimento de rejeição da identidade não é o movimento de deixar de se dar conta de que a identidade move o mestre, mas antes o movimento de deixar de usar o instrumento: deixar de supor que a identidade dos grupos atue como uma catraca sobre os pensamentos e os afetos das pessoas. Danzy Senna, em seu “To be real”, apresenta um relato vívido do drama que estas catracas de identidade constroem; ela diagnostica que a política de identidade não enxerga as pessoas pelo que elas agem e pensam, mas pelo seu corpo e sua posição em sistema de supremacias.<br /><br />Quando confiamos em uma pessoa, podemos encontrar vários atalhos por onde fluir a confiança. Podemos, por exemplo, basear a confiança na cor da sua pele, na sua classe ou na sua opção sexual. Estas são as catracas que supostamente seguram as pessoas e não as deixam desejar ou pensar aquilo que nós não esperamos que elas pensem ou desejem. A política da identidade não é apenas uma política que promove a homogeneidade em nome da confiabilidade, mas é também uma política que procura prefigurar com desconfiança a ação das pessoas pelo perfil dos grupos que elas pertencem. A crítica à política da identidade supõe que não há nada de politicamente importante que dependa da homogeneidade dos grupos e nem que precise que as ações subversivas possam ser prefiguradas pelo perfil de identidade das pessoas. Rejeitar políticas de identidade é rejeitar que a política é feita através dos grupos (naturais, compulsórios) que as pessoas participam: ninguém precisa ser fiel a grupo algum para estar em uma parceria política confiável. A crítica a políticas de identidade instaura novos espaços de confiança porque tende a postular que confiar em alguém é confiar em cada uma de suas escolhas políticas; ou, para evitar a idéia de que podemos e devemos confiar completamente em alguém, porque tende a postular que não podemos evitar o tortuoso e multifacetado trabalho de manejo das nossas relações de confiança adotando um atalho de identidade. O atalho de identidade é a tentativa de compensar a incerteza acerca da ação das outras pessoas por meio de regras compulsórias associadas aos compromissos políticos da cor da pele, da genitália, dos hormônios sexuais, de sua posição na produção ou qualquer outra catraca. Quando uma militante do movimento negro decide não participar de um ato, uma nova negociação de confiança pode ser necessária–– o atalho seria chamá-la de traidora de sua própria causa. Os elos entre as pessoas podem parecer mais simples se elas estão conectadas por um compromisso natural comum; não parece que precisamos mergulhar nos espinhosos detalhes de como as identidades são construídas nos olhos de quem nos vê e como elas se destacam diante das diferenças. Podemos contrastar a política de identidade com uma política de diferenças em que as identidades são encontradas a partir das diferenças que fazem com que as pessoas se encontrem nas posições em que elas se encontram––enxerguem do ponto de vista que elas enxergam. Audre Lorde (Zami, a new spelling of my name , 226) outra vez pode ajudar a imaginar o que fazer com as diferenças, ela fala da transformação que provoca o abandono da identidade como medida de todas as comunhões:<br /><br /><span style="font-style: italic;">Sermos mulheres juntas não era suficiente.</span><br /><span style="font-style: italic;">Nós éramos diferentes.</span><br /><span style="font-style: italic;">Sermos garotas lésbicas juntas não era suficiente.</span><br /><span style="font-style: italic;">Nós éramos diferentes.</span><br /><span style="font-style: italic;">Sermos negras juntas não era suficiente.</span><br /><span style="font-style: italic;">Nós éramos diferentes.</span><br /><span style="font-style: italic;">Sermos mulheres negras juntas não era suficiente</span><br /><span style="font-style: italic;">Nós éramos diferentes.</span><br /><span style="font-style: italic;">Sermos lésbicas negras juntas não era suficiente</span><br /><span style="font-style: italic;">Nós éramos diferentes.</span><br /><span style="font-style: italic;">Demorou algum tempo até percebermos que nosso lugar era a casa da diferença ela</span><br /><span style="font-style: italic;">mesma, ao invés da segurança de qualquer diferença em particular</span><br /><br />Na casa das diferenças, as relações de confiança dão mais trabalho: não há alianças naturais, não há inimigos comuns que estabelecem a agenda, não há regras insinuadas pelo corpo. (Interessante pensar nos dilemas de Advancing Luna and Ida B. Wells de Alice Walker. Luna, e Freddie Pye, em um dos finais, se defrontam com a necessidade de renegociar a confiança em meio às suas diferenças: a posição de Luna no movimento negro, a posição de Pye diante das autoridades do movimento.) Cada relação de confiança surge com suas diferenças: não há atalho. Instituir uma ação pelas diferenças não pode ser, contudo, ignorar que as identidades são o instrumento do mestre; que o nosso regime de supremacias discrimina grupos de identidade em favor de outros e que este é um instrumento que contribui constantemente para deixar a casa em pé.<br /><br />Meu segundo terreno compõe-se dos alicerces das relações monoamóricas: relações amorosas em que há um regime (um pacto explícito ou roteiro tácito) de excluir outras relações amorosas. Nestas relações, o nicho de desconfiança aparece como um fruto proibido––desejar ou amar outras pessoas fará com que te trará a expulsão do paraíso uma vez que os elos de confiança se baseiam na exclusividade do amor e do desejo. Roteiros monoamóricos também simplificam os passos do manejo da confiança––e também eles supõem escassez de amor nas pessoas e, supondo isto, produzem mais escassez produzindo gargalos em que o amor fica acumulado. O afeto monoamórico aparece prescrevendo um modelo de amante como a política de identidade aparece prescrevendo um modelo de militante: também o monoamor compulsório se guia por um nicho de desconfiança. O regime monoamórico produz afetos compulsórios que não confiam em como os amantes sentem, a exclusividade é imposta de fora, como uma condição para a confiabilidade. A crítica poliamórica a exclusividade compulsória procura construir relações amorosas que sejam mais próximas das relações de amizade. As relações de amizade são muitas vezes vividas como afinidades que surgem de quem somos; ou seja, dos materiais (desejos, temores, hábitos, convicções) que constroem nossa subjetividade. As relações amorosas obedecem a um pacto mais ou menos pré-fabricado com cláusulas tácitas de lealdade compulsória; estas cláusulas muitas vezes nos obrigam a agir de uma forma contrária aos materiais de que é feita nossa subjetividade. (Tomemos a cena de Edukators onde Peter volta para a casa e deita-se entre seus amigos: ali ele abandonou a idéia de desconfiar da subjetividade de seus amigos e resolveu acolhe-la.) Práticas poliamóricas são práticas de confiança nos desejos e nos afetos das pessoas que se conectam conosco por meio de elos emocionais. É uma tentativa de não desconfiar das pessoas que amamos com base em nossas suspeitas de que seus instintos ou seus desejos ou seus elos emocionais as levam a comportamentos com os quais nós não saberemos lidar. A idéia é confiar mais nas pessoas com quem temos uma relação emocional; confiar que elas não têm o desejo de nos fazerem sofrer. Sentimentos de posse sobre outras pessoas se apóiam em cercamentos de afeto: cercamentos que introduzem gargalos. O prazer e a felicidade das outras pessoas só são uma ameaça a nós se pensarmos que eles são escassos e quanto mais as pessoas que amamos amam outras pessoas menos nos amarão. A comuna de polifidelidade de Keristan, em San Francisco nos anos 80 elaborou a idéia de compersão (compersion):<br /><br /><span style="font-style: italic;">Compersion é o sentimento de felicidade com a alegria que outras pessoas</span><br /><span style="font-style: italic;">que você ama compartilham, especialmente na alegria que vem do</span><br /><span style="font-style: italic;">conhecimento de que suas pessoas amadas estão exprimindo amor uma pela</span><br /><span style="font-style: italic;">outra.</span><br /><br />A compersão é freqüentemente barrada pela desconfiança que mantemos dos desejos e dos afetos de quem nós amamos. Se o afeto é escasso, ele pode acabar se for gasto com outras pessoas. Se dentro da vida afetiva de quem amamos há pontos que não merecem confiança, temos que ficar de sobreaviso para garantir que eles nunca vão ter força o suficiente na subjetividade amada para guiar as ações, produzir desejos preponderantes ou controlar os pensamentos. Temos que exercer uma vigilância sobre estes pontos da afetividade de quem amamos que não parecem ser dignos de confiança.<br /><br />A polifidelidade (ou poliamorosidade) é uma tentativa de espalhar confiança com menos parcimônia. É uma tentativa de estender a quem amamos (e a nós que amamos) a possibilidade de aceitar as forças que movem as subjetividades. Trata-se de um exercício de confiança: eu acredito nos afetos, mecanismos e critérios que fazem você agir como você age. Assim, eu vou participar da sua vida quando você quiser assim e eu quiser assim e não quando um roteiro tácito assim determinar––o roteiro tácito é a catraca, o atalho que torna o manejo da confiança mais fácil ao preço de introduzir um nicho extra de desconfiança. A poliamorosidade supõe honestidade e abertura: muitos amores não quebram a confiança de quem ama––a honestidade e a aceitação de todas as fontes de desejo de quem amamos inaugura novos espaços de liberdade. O controle, me parece, é o oposto da confiança: é por onde aparece a força do mestre, a batuta do mestre––o instrumento que promove o confinamento da confiança. Acho que a poliamorosidade, com sua tentativa de trazer para nossas relações afetivas a capacidade de renegociação das relações de confiança que as amizades por vezes tem, pode ser uma contribuição visível ao esforço de desmantelar a casa do mestre porque desmantela a estrutura de poder em torno da qual as famílias monoamóricas se constituem. Uma relação com polifidelidades é um espaço mais aberto para que outras pessoas sejam bem-vindas e configurem novas distribuições de confiabilidade. Uma vez que as famílias não fecham as portas de nenhuma de suas capacidades afetivas, elas deixam de ser unidades emocionais atômicas e as pessoas podem então se conectar em emaranhados com diferentes pessoas compartilhando diferentes propósitos. Uma estrutura de conexões mais distribuída prepara o caminho para dissolução dos nichos de confiança. Com mais conexões possíveis, o coração pode pulsar para mais lados.<br /><br />Penso que a confiança subverte, cria fissuras, promove rachaduras na casa do mestre. Confiar muitas vezes surpreende: poder segurar na mão de estranhos para atravessar a rua. Confiança é um instrumento para chacoalhar a casa sem organizar instituições––como as gavetas-família, as gavetasdentidade–– que criem nichos de confiança cercados de desconfiança por todos os lados. A confiança pode aparecer como que vinda de lugar algum como um Godot que ninguém espera––porém eu acho que toda subversão tem um elemento beckettesco: a dose de absurdo que corrói as matrizes de inteligibilidade. Beckett, contra a velha chave de fendas enferrujada na caixa de ferramentas do patrão!Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-28642372838229942942009-09-29T08:56:00.000-07:002009-09-29T09:11:02.929-07:00Calendario da GAFe<span style="font-size:130%;">Nossas proximas acoes!</span><br /><span style="font-size:85%;">->pra quem tava afim de se aproximar da GAFe e nao sabia como, ai vai um pequeno guia! veja ai em que atividade voce ta afim de participar e mande um email pra gente pra mais informacoes sobre os locais, acoes, horarios, atividades... gafe@lists.riseup.net</span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SsIvsn-6CQI/AAAAAAAAAO4/H6t_QEfSgBE/s1600-h/sY5wEMNBRiftu87iyxL6c4GWo1_500.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 190px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SsIvsn-6CQI/AAAAAAAAAO4/H6t_QEfSgBE/s320/sY5wEMNBRiftu87iyxL6c4GWo1_500.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5386920547982117122" border="0" /></a><br /><span style="font-size:180%;"> <span style="font-weight: bold;">OUTUBRO</span></span><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">*</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">Gravacao de Vinhetas para radios comunitarias e livres:</span> <span style="font-weight: bold;">dia 29 (de setembro) as 19h e dia 01 as 16h na moradia estudantil!</span><br /><span style="font-size:85%;">pense em algum topico relacionado a genero, corpo, feminismo, sexualidade.. invente um texto de mais ou menos 01 minuto e separe algumas musicas que voce ache que combinem! depois disso eh so chegar junto que a gente vai por no pc, pra mixar e mandar pras radios</span>.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">*Mini grupo de estudos sobre amor livre seguido de preparacao de material para retome:</span> <span style="font-weight: bold;">Dia 24, as 14h - local a confirmar!</span><br /><span style="font-size:85%;">traga suas inquietacoes sobre monogamia, pessessividades, casamento... voce tambem pode levar textos, videos, musicas, enfim, qualquer tipo de material que possa esquentar o debate!<br />o material do retome vai ser sobre opressoes sob os corpos! a ideia inspiradora foram <a href="http://gafeminista.blogspot.com/2009/03/conhecendo-coletivos-de-intervencao-da.html">esses cartazes produzidos no chile</a>! pense ai em fotos,frases, ideias que a gente possa usar!</span><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);">*Retome as Noites! </span> <span style="font-weight: bold;">Dia 17 no Rio Tavares - hora a confirmar</span><br /><span style="font-size:85%;">o retome eh uma atividada de resignificacao do espaco publico, historicamente negado as mulheres e hj em dia meio inacessivel a todo mundo. voce pode participar levando tintas, sprays, stickers, cartazes, stencils... eh so aparecer no lugar que a gente vai marcar pra sair e embarcar nessa!!<br /></span><br /><br /><span style="font-size:130%;"> <span style="font-weight: bold;">..e em NOVEMBRO:</span></span><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">*Oficina na escola do Rio Tavares</span> <span style="color: rgb(204, 0, 0);"><br /><span style="font-size:85%;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">ainda nao definimos muito bem o tema.. inicialmente a oficina sera parecida com a <a href="http://gafeminista.blogspot.com/2007/11/no-dia-10-de-novembro-gafe-participou.html">primeira atividade que a gente fez la no corrego</a>.. tem duas pessoas do coletivo que estao responsaveis de montar a metodologia pra oficina e voce pode ser a terceira nao? ou a quarta, quinta...</span></span><br /><br />* III RESISITIR PARA EXISTIR </span><br /><span style="font-size:85%;">o resistir eh uma atividade anual da GAFe! pensamos em mais ou menos dois dias recheados de atividades: oficinas, filmes, debates.. veja o relato do<a href="http://gafeminista.blogspot.com/2007/12/relato-resistir-para-existir.html"> primeiro</a> e do <a href="http://gafeminista.blogspot.com/2008/10/o-que-voc-perdeu-o-resisitr-ii-nossa.html">segundo</a> resisitir e se inspire para criar novas ideias pra esse ano!!!</span>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-66719290338149539302009-09-22T17:10:00.000-07:002009-09-22T17:31:23.127-07:0028.Stembro - 14h no HU....GAFe voltaldo a ativa com todo o gas..!<br /><div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SrloU51VTLI/AAAAAAAAAOw/NnsnGBBjFq8/s1600-h/arte9.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 226px; height: 226px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SrloU51VTLI/AAAAAAAAAOw/NnsnGBBjFq8/s400/arte9.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5384449537829326002" border="0" /></a><span style="font-size:130%;"><br /></span><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" > 28 de Setembro:</span><br /><br /><div style="text-align: center;"><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:180%;" ><span style="font-weight: bold;">Dia L</span></span><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:180%;" ><span style="font-weight: bold;">atino Americano e Caribenho pela Legalizacao do Aborto</span></span><br /></div><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:130%;" ><span style="font-weight: bold;">Atividade </span></span><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:130%;" ><span style="font-weight: bold;">da GAFe:</span></span><br /><span style="font-weight: bold;font-size:130%;" >Panfletagem de material informativo as 14h na frente do Hospital Universitario.</span><br /><br />Centenas de mulheres no Brasil estão sendo perseguidas, humilhadas e condenadas por recorrerem à prática do aborto. Isso ocorre porque ainda temos uma legislação do século passado – 1940 –, que criminaliza a mulher e quem a ajudar. A criminalização do aborto condena as mulheres a um caminho de clandestinidade, ao qual se associam graves perigos para as suas vidas, saúde física e psíquica, e não contribui para reduzir este grave problema de saúde pública. <span style="font-weight: bold;">As mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, são as que mais sofrem com a criminalização. </span>São estas que recorrem a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar a países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas. A estratégia dos setores ultraconservadores, religiosos, intensificada desde o final da década de 1990, tem sido o “estouro” de clínicas clandestinas que fazem aborto. Os objetivos destes setores conservadores são punir as mulheres e levá-las à prisão. Em diferentes Estados, os Ministérios Públicos, ao invés de garantirem a proteção das cidadãs, têm investido esforços na perseguição e investigação de mulheres que recorreram à prática do aborto. Fichas e prontuários médicos de clínicas privadas que fazem procedimento de aborto foram recolhidos, numa evidente disposição de aterrorizar e criminalizar as mulheres. No caso do Mato Grosso do Sul, foram quase 10 mil mulheres ameaçadas de indiciamento; algumas já foram processadas e punidas com a obrigação de fazer trabalhos em creches, cuidando de bebês, num flagrante ato de violência psicológica contra estas mulheres. A estas ações efetuadas pelo Judiciário somam-se os maus tratos e humilhação que as mulheres sofrem em hospitais quando, em processo de abortamento, procuram atendimento. Neste mesmo contexto, o Congresso Nacional aproveita para arrancar manchetes de jornais com projetos de lei que criminalizam cada vez mais as mulheres. Deputados elaboram Projetos de Lei como o “bolsa estupro”, que propõe uma bolsa mensal de um salário mínimo à mulher para manter a gestação decorrente de um estupro. A exemplo deste PL, existem muitos outros similares. <span style="font-weight: bold;">A criminalização das mulheres e de todas as lutas libertárias é mais uma expressão do contexto reacionário, criado e sustentado pelo patriarcado capitalista globalizado em associação com setores religiosos fundamentalistas.</span> <span style="font-weight: bold;">Querem retirar direitos conquistados e manter o controle sobre as pessoas, especialmente sobre os corpos e a sexualidade das mulheres. </span>Ao contrário da prisão e condenação das mulheres, o que necessitamos e queremos é uma política integral de saúde sexual e reprodutiva que contemple todas as condições para uma prática sexual segura. A maternidade deve ser uma decisão livre e desejada e não uma obrigação das mulheres. Deve ser compreendida como função social e, portanto, o Estado deve prover todas as condições para que as mulheres decidam soberanamente se querem ou não ser mães, e quando querem. Para aquelas que desejam ser mães devem ser asseguradas condições econômicas e sociais, através de políticas públicas universais que garantam assistência a gestação, parto e puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento pleno de uma criança: creche, escola, lazer, saúde. As mulheres que desejam evitar gravidez devem ter garantido o planejamento reprodutivo e as que necessitam interromper uma gravidez indesejada deve ser assegurado o atendimento ao aborto legal e seguro no sistema público de saúde. Neste contexto, <span style="font-weight: bold;">não podemos nos calar</span>! Nós, sujeitos políticos, movimentos sociais, organizações políticas, lutadores e lutadoras sociais e pelos diretos humanos, reafirmamos nosso compromisso com a construção de um mundo justo, fraterno e solidário, nos rebelamos contra a criminalização das mulheres que fazem aborto, nos reunimos nesta Frente para lutar pela dignidade e cidadania de todas as mulheres. Nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe. E nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe. <span style="font-weight: bold;">Por uma política que reconheça a autonomia das mulheres e suas decisões sobre seu corpo e sexualidade</span>. Pela defesa da democracia e do principio constitucional do Estado laico, que deve atender a todas e todos, sem se pautar por influências religiosas e com base nos critérios da universalidade do atendimento da saúde! Por uma política que favoreça a mulheres e homens um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, de concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito. Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto! <span style="font-weight: bold;">Dignidade, autonomia, cidadania para as mulheres</span>! Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!<br /><br /><span style="font-size:85%;">por: Frente nacional pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!<br /><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0);font-size:180%;" >Para assinar este manifesto clique no link:<br />http://www.petitiononline.com/abortole/petition.html</span><br /></span></div>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-85479330058568896332009-06-08T00:44:00.000-07:002009-09-22T17:33:29.187-07:00GAFE e CINE PAREDAO!!!<span style="font-size:130%;"><span style="color: rgb(204, 0, 0); font-weight: bold;">..de um clique no cartaz pra abrir!!!</span></span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SizB3bjy1MI/AAAAAAAAAOo/hLpDCY1UuKs/s1600-h/gafe+paredao.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 286px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SizB3bjy1MI/AAAAAAAAAOo/hLpDCY1UuKs/s400/gafe+paredao.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5344860015816791234" border="0" /></a><br />GAFE - Grupo de Acao Feminista!<br /><br />¨Desde do dia em que nasci - ou mesmo desde do dia em que minha mae foi fazer um ultrassom e dentro do ùtero dela eu abri as pernas - planos especìficos foram feitos para mim no mundo que ia me receber.¨<br /><br />A partir do que levamos entre as pernas - usualmente um pinto ou uma buceta - aprendemos a nos comportar , em todos os lugares e momentos, de um jeito muito limitador. Qual é o sentido disso? Nenhum! Pelo menos é o que a gente, da GAFe, acredita, e esse é exatamente o combustivel que faz nosso coletivo se mover, discutir, brigar, chorar, destruir e criar. A gente acredita tambèm que toda a nossa vida e todos os espacos pelos quais transitamos, estao de alguma maneira marcados pelo genero, ou seja, por esses valores que carregamos ou negamos, por essas caracteristicas que incorporamos ou repremimos. O nossos locais de trabalho, nossos espacos de educacao, nossa cama, nossa casa, os epacos politicos e nosso cotidiano... tudo esta marcados pela presenca do genero, essa marca aleatòria que nos diz como devemos agir, o que podemos falar, quem deve ser ouvido. A GAFe acredita que è a partir de todos esses lugares que se deve discutir. A contribuicao teorica è importante, mas nao è preciso ler um tratado super complicado pra perceber as situacoes que tocam a tod@s nos, em tantos momento, com tantas insegurancas, com tantas desigualdades.<br /><br />Mas esse negocio de genero tem uma historia.. uma historia que por seculos definiu espacos masculinos e femininos, negando as mulheres participar de processos importantes, desvalorizando-as frente a criacao de um modelo unico de ¨gente¨ , colaborando com a contrucao de uma hierarquia imensa na sociedade, onde o homem apresentava seu status maior. Nao só homem, mas também branco, ocidental e mais que tudo, com dinheiro. E esse negocio de genero realmente fez-se negocio, daqueles que dao lucro. Pois foi nessa base tao antiga do patriarcado que o capitalismo se ergueu. E, por tanto, a luta pelo fim da desigualdade de genero tem que tà junta com as outras lutas, com a luta que representa o interesse de todas essas pessoas que foram e sao excluidas desse modelo..porque nao tem a cor branca, porque nao tem terra, porque nao tem moradia, porque nao tem transporte, nao tem educacao, de quem nao tem poder sozinh@ frente as garras do capital e do Estado ao seu servico. Mas o poder a gente cria, e cria junto.<br /><br />Acreditamos na possibilidade de mudanca na acao do dia a dia e na acao coletiva. Na acao do dia a dia, negando os modelos que nos sao impostos, deixando de baixar a cabeca, criando novas relacoes entre quem esta a nossa volta, com noss@s companheir@s, com amig@s, com colegas de trabalho. Mas è a partir das acoes coletivas, nos juntando pra conversar, pra manifestar, pra dividir experiencias e pra exigir mais liberdade e autonomia, que nos fazemos fortes. Pensando juntos vamos reconhecer as posicoes que ocupamos como homens e mulheres na sociedade e dai há que se levantar contra as acoes de um poder autoriatario, que nos oferece uma vida que nao estamos de acordo de jeito nenhum!!<br /><br />E esse poder, para ser exercer sua autoridade, abusar dela e fazer com que muitos a engulam garganta abaixo, contra com muitos bracos. E dentre esses bracos estao os meios de comunicacao. È a tv, o cinema, os jornais... Eles estao na mao de pouquissimas pessoas, que ditam como devemos ser, como nosso corpo deve parecer para ser bonito, como devemos agir para virarmos pessoas bacanas. Mas as pessoas que aparecem nas telinhas quase sempre sao pura farsa! Nao nos vemos representadas nesses personagens todos. Nao somos parte desse conto, dessa mentirinha. Por isso a gente reconhece a importancias de espacos que de algum jeito criam um circuido de comunicacao alternativo, que nao corresponda aos intereses do mercado, que facam circular cultura e informacao onde nos vemos representad@s. O vídeo e a tela do cinema em lugares abertos e publicos se coloca como ferramenta para discutir, para pensar, para subverter e inpirar a insurreicao.. Por isso no final das contas nos juntamos com o pessoal do Cine Paredao pra essa atividade!<br />Entao, desliga a TV e venha ver um filme com a gente?...luz, camera e muita acao!<br /><br />Blog da GAFE: gafeminista.blogspot.comGrupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-39182824951234382002009-06-05T02:21:00.000-07:002009-09-22T17:34:16.260-07:00Cale a Boca!<span style="font-size:180%;"><span style="color: rgb(204, 0, 0);">...ou como agir melhor em reuniões!!!</span></span><br /><br />“Mesmo com minha máscara eu sempre falei a tirania do poder. Meu primeiro dever era cultivar um silêncio revolucionário”. subcomandante marcos<br /><br />INTRODUÇÃO:<br />Ser um/a ativista nesses dias significa lutar por um milhão de coisas diferentes- direitos indígenas, florestas, corporações, etc. Apesar dessa diversidade de campanhas, parece haver algum acordo no tipo de sociedade que queremos criar. É uma sociedade que não é baseada na supremacia branca, na exploração de classes, ou no patriarcado.<br /><br /><span style="font-size:130%;">Este texto é sobre como os homens agem em reuniões.</span> Os homens reproduzem o patriarcado dentro do movimento e se beneficiam dele. Por patriarcado quero dizer sistema de valores, comportamentos e relacionamentos que mantém os homens no poder. É baseado na dominação, reivindicação de autoridade e beligerância. Por movimento, quero dizer o movimento anti-globalização corporativa dos EEUU, do qual sou parte.<br /><br />Para ser mais claro, esses homens são quase sempre brancos e de classe média ou provenientes de ambientes mais ricos. Como alguém que se identifica como homem negro, minha experiência mostra que os homens negros dominam as reuniões basicamente do mesmo jeito que outros homens. Mas percebo que homens que não falam inglês fluentemente tendem a não fazer isso com freqüência. E eu até queria poder pensar em mais exceções.<br /><br /><span style="font-size:130%;">Quem se importa com reuniões?</span><br /><br />Boa pergunta. Na maioria das reuniões em organizações grandes (com mais de 30 pessoas) nas quais estive, o trabalho real – fazer pesquisas, envolver pessoas, organizar protestos e ações, arrecadar fundos, trabalho com mídia – é realizado por grupos de trabalho ou indivíduos.<br /><br />Reuniões são apenas falatórios, certo?<br /><br />Sim e não. Na pior das hipóteses, as reuniões forçam muitas pessoas a se encontrarem e, geralmente, discutirem tudo o que tem sido feito, o que está acontecendo, e o que precisa ser feito. Mas com uma boa facilitação, todo mundo contribui para a reunião, sem que ninguém tenha o controle sobre ela. As pessoas fazem críticas construtivas, e tentam incorporar as questões levantadas em suas propostas. E, uma vez que tod em s contribuem com idéias para o processo, as decisões tomadas não apenas são as melhores possíveis, mas também as em que as pessoas estarão investindo mais.<span style="font-size:130%;"> Desde que todo mundo se sinta parte das decisões, é mais provável que assumam responsabilidades pelos projetos.</span><br /><br />Se você leva a sério o processo de <span style="font-size:130%;">consenso</span>, tem de se preocupar com as reuniões. Este é o único lugar onde um grupo pode, democraticamente, decidir o que e como fazer. A outra alternativa é um grupo informal das pessoas mais influentes e com mais força (que dominam discussões) tomando as grandes decisões.<br /><br />Não é a freqüência com que você fala, mas como e quando:<br /><br /><span style="font-size:130%;">Decisão por consenso é um modelo da sociedade que queremos viver, e uma ferramenta que usamos para chegar lá. Homens freqüentemente dominam o consenso às custas das outras pessoas.</span> Pense no homem que...<br /><br />• fala alto, primeiro, por muito tempo, e sempre;<br />• Oferece sua opinião imediatamente quando alguém faz uma proposta, faz uma pergunta, ou quando a discussão está mais calma;<br />• Fala com muita autoridade: “Na verdade, é assim...”;<br />• Não consegue ratificar uma proposta ou idéia com a qual ele discorda, ao invés disso, acaba com ela;<br />• Parafraseia tudo o que uma mulher diz: “Eu acho que o que a Maria está tentando dizer é...”;<br />• Faz uma proposta, depois responde todas as perguntas e críticas a ela – às vezes falando mais que todas as pessoas juntas (nota: este homem freqüentemente acaba sendo o facilitador).<br /><br />E nem me fale do homem que é um péssimo facilitador e:<br /><br />• sempre se coloca em primeiro na lista de inscrições, porque ele pode;<br />• de alguma forma, nunca vê as mulheres com mãos levantadas, e nunca encoraja as pessoas que ainda não falaram.<br /><br />É raro apenas um homem apresentar todas as características problemáticas acima. Ao invés disso, são dois ou três competindo para fazer tudo. Mas o resultado é o mesmo: tod em s que não podem (ou não vão) competir nesses termos – <span style="font-size:130%;">falar muito, alto, primeiro e sempre</span>- são abafad em s.<br /><br />Mas não posso ser sexista – Sou hippie!<br /><br />Ah, sim, você pode!<span style="font-size:130%;"> A ironia é que você pode fazer todas as coisas listadas acima, mesmo se não se encaixa no estereótipo do homem machão.</span> Um hippie, ou homens que são descritos como femininos, queer e outras coisas, pode falar calmamente e usar expressões hippies, mas ainda fala a voz da autoridade e corta a mulher que estava falando antes dele. Este homem ainda pode fazer cara de bunda quando alguém que ele não respeita diz alguma coisa que ele discorda, mandando-@ calar a boca; também pode, polidamente, se inscrever constantemente para falar toda vez que alguém critica sua proposta.<br /><span style="font-size:180%;"><br />Então cale a boca agora!</span><br /><br />Então, o que pode ser feito? Tive uma pequena idéia que eu gostaria de chamar “Cale a Boca”. É o seguinte, toda vez que alguém:<br /><br />• disser algo que você acha irrelevante,<br />• fizer uma pergunta (aparentemente) óbvia<br />• criticar sua proposta ou fizer uma observação contraditória,<br />• fizer uma proposta<br />• fizer uma pergunta, ou<br />• pedir mais insumos porque a discussão está mais tranquila...<br /><br /><span style="font-size:130%;">Cale a porra da sua boca! É um processo radical, mas acho que você vai gostar.</span><br /><br />Desde a minha infância, fui criado por meus pais - e cada um/a d em s professor em s que tive no colégio- para demandar o máximo de atenção possível. Nas aulas eu falava com mais freqüência que quase todo mundo que eu conhecia. Enquanto me aconselhavam a levantar a mão primeiro, nunca me pediram pra falar menos ou ouvir mais. Como resultado, eu provavelmente tive duas vezes mais atenção que a maioria das crianças com as quais fui à escola.<br /><br />Mas apenas 15 anos depois que comecei a aprender a exibir a maioria dos comportamentos masculinos dominantes que listei acima, algo aconteceu. Eu estava na aula, com uma amiga minha. Vamos chamá-la Anne, porque este é o nome dela. Anne e eu estávamos no mesmo grupo de estudos, e, na noite anterior, ela tinha estudado exatamente a questão que @ professor/a estava perguntando. Entretanto, ainda que o resto da sala estivesse em silêncio, Anne não respondeu a questão.<br /><br />Não sei o que me deu para eu realmente pensar, ao invés de responder - eu mesmo- a pergunta, como habitualmente faria. Este incidente me fez parar pra pensar quem falava com que freqüência em sala, por que e o que eu poderia fazer..<br /><br />O que mais podemos fazer?<br /><br />Por sorte, ser homem nos dá muita autoridade. Quero dizer isto no bom sentido também. Muito como as pessoas negras, que são presumidamente egoístas ou paranóicas quando falam contra racismo; mulheres são consideradas histéricas quando denunciam o comportamento patriarcal.<br /><br />O que isso significa pra nós? Primeiro, devemos calar a boca. Isto era fácil pra mim na escola – simplesmente fiz uma regra que eu nunca falaria mais de duas vezes em uma aula de 50 minutos. <span style="font-size:130%;">Surpresa! Outras pessoas acabavam dizendo exatamente a mesma coisa, ou algo mais inteligente, em quase todas as vezes que eu teria falado.</span><br /><br />A beleza do consenso é a facilitação. Não apenas podemos facilitar nós mesm em s – e devemos fazer isso – mas podemos facilitar uns/umas @s outr em s. Mas quando @ facilitador/a está ignorando problemas de comportamento – ou exibindo-os- é importante para outras pessoas no grupo armarem estratégias de facilitação.<br /><br />Às vezes, basta apontar as pessoas que estão com as mãos levantadas, mas, por algum motivo, não são vistas pel@ facilitador/a, ou sugerir rodadas para incluir todo mundo. Mas normalmente não é tão simples. Quanto pior o tipo de comportamento no grupo, mas natural a merda vai parecer. E com freqüência as pessoas que você estará chamando a atenção te olharão de cara feia, ou farão uma ofensa verbal. E, finalmente, não é função da maioria das pessoas que são mais espezinhadas pelo comportamento patriarcal estar apontando isso. É aí que nós entramos.<br /><br />A idéia é chamar a atenção de uma forma construtiva. É muito fácil fazer isto de maneira autoritária, ou rude – e assim divertir todo mundo com nossa ironia despropositada, agindo da mesma forma que você não quer que outrxs façam. Quando você aponta pessoas de forma rude, e não construtiva, tende a manter as pessoas mais quietas, sem participar.<br /><br />A solução<br /><br />Então, chame a atenção, mas tente não levar pro lado pessoal. A menos que seja uma afronta, espere até a pessoa acabar e faça seu encaminhamento de como as pessoas devem manter a ordem de inscrição, ou considerar não falar se el em s já falaram. E se parecer que alguém está put@ porque você chamou sua atenção (e homens brancos fazem você perceber isso fácil), faça um esforço para falar com ele depois que a reunião acabar. Normalmente não é necessário muito esforço para acalmar os ânimos.<br /><br />Infelizmente, também não precisa muito para as mesmas pessoas fazerem as mesmas coisas na próxima reunião. Vale fazer oficinas regulares, para ativistas nov em s e experientes, sobre como o consenso deve funcionar. Também é legal explicar o processo de decisão por consenso durante as reuniões. Você pode fazer isso rapidamente, especialmente depois das primeiras vezes. Mas quando as pessoas assumem que tod em s estão familiarizad em s com o processo, aquel em s que são menos confiantes vão ser os primeiros a saírem das discussões. Ainda é uma boa idéia chegar a uma estrutura para se dirigir à forma como as pessoas agem em reuniões, para que se verifique, regularmente, como o processo está andando.<br /><br />Outro ingrediente chave é conversar com indivíduos fora das reuniões. Conversar honestamente - “Eu sei que você se importa com o grupo, mas nas reuniões parece que você coloca pra baixo qualquer pessoa que discorda de você. E você corta muito as pessoas, o que dificulta muito a participação de outras pessoas” – é grande parte da solução. Como em qualquer interação, é importante manter a cabeça aberta para ouvir as outras perspectivas. Idealmente, você pode resolver coisas nesse nível e não ter de levar isso para o grupo.<br /><br />Finalmente, significa pensar constantemente sobre como nós, enquanto homens, temos a tendência a dominar e controlar o mundo a nossa volta. <span style="font-size:130%;">Somos encorajados a dominar conversações sem nem pensar sobre isso</span>. É tãofácil para nós desenvolvermos um bom trabalho – lutando contra a engenharia genética, acabando com o complexo penitenciário industrial,libertando o Múmia – e ainda agirmos exatamente como o machão ao lado. Temos<br />de confrontar nós mesmos para que a dominação pare de parecer natural e que possamos começar a fazer algo sobre isso. Então, da próxima vez que não parar pra pensar em como está falando, por favor, pense em como está falando.<br /><br />E a seção bônus ...<br /><br />Mas eu não posso deixar uma garota fazer isto - quero dizer, sou o único que sabe como fazê-lo.<br /><br />Cale a boca! <span style="font-size:180%;">Compartilhar responsabilidades em projetos é fundamental para assegurar que todo mundo no grupo desenvolva habilidades e confiança</span>.<br />Darei crédito onde é merecido: Nós, homens, somos bons o bastante para deixar as mulheres fazerem o trabalho de fundo, como o cuidado com as crianças, anotações, preparação de comidas.. Mas raramente temos estruturas para deixar mulheres assumirem nossas responsabilidades.<br /><br /><span style="font-size:130%;">Em suas reuniões, as mulheres assumem projetos na proporção em que estão presentes? </span>Se você não está prestando atenção nisso, deveria. Junto com o consenso, compartilhar trabalhos é um das marcas da organização democrática. Na minha experiência, o trabalho mais prestigioso, desafiador e recompensador está com os homens. Na maioria das vezes, com os mesmos homens que dominam as reuniões onde estas tarefas são delegadas.<br /><br />Uma forma, a pior delas, com que os homens fazem o trabalho ficar com eles é<span style="font-size:130%;"> armazenando informações</span> ao redor deles. Que trabalho tem sido feito? O que falta fazer? Quais são as prioridades? Os prazos? Se o trabalho é feito informalmente, não só não há responsabilidade para fazê-lo, como não há registro, ou atualizações regulares. Isto torna quase impossível passar responsabilidades do projeto para outra pessoa.<br /><span style="font-size:130%;"><br />Outro problema são os contatos</span>. De alguma forma, parece que @s organizador em s antig em s tod em s se conhecem. Isto não apenas intimida pessoas nas escalas mais baixas do totem ativista, mas torna muito mais difícil para el em s fazerem o mesmo trabalho. Se fingimos que nossos contatos são apenas amig em s nossos, ao invés de pessoas com as quais contamos para a realização dos trabalhos, o grupo no topo permanecerá lá. E acho que esse grupo é<br />quase todo masculino.<br /><br />Finalmente, temos a<span style="font-size:130%;"> linguagem</span>. Os especialistas do mundo capitalista tendem a mitificar seus trabalhos. Seja pelo "atualizar o HTML," ou "nas entrelinhas desta narrativa," profissionais têm interesse em fazer seu trabalho soar o mais obscuro e difícil possível. @s profissionais em nossa sociedade possuem a pequena parte do mundo em que eles têm "expertise". Tomam decisões que afetam todo mundo, e ganham mais controle e autoridade com o passar do tempo.<br /><br />Soa familiar? Todos esses fatores – armazenamento de informações, contatos exclusivos, linguagem mitificada - ficam ainda piores durante uma crise.<br />No meio de uma ação é fácil falar: "não há tempo para ensinar qualquer pessoa nova, homens ou mulheres, a trabalhar com rádio”. Primeiro, normalmente é um grupo de homens que fala isso. Segundo, essa é a razão pela qual você começou as tarefas antes da Ação. Se o problema é somente alguns egos grandes e muita cumplicidade entre as pessoas, então você pode delegar funções imediatamente. Se há mais trabalho, você tem de armar uma estrutura para que as pessoas de fato assumam projetos. Ela pode incluir documentar passos e informações, ajudar novas pessoas a desenvolverem relacionamentos de trabalho com outros organizadores, usar linguagem cotidiana em vez de acrônimos de merda, e por aí vai. Mas, sem um processo é muito mais difícil de passar a responsabilidade adiante.<br /><br />(Livremente inspirado em "A Tirania da Falta de Estrutura", de Jo Freeman)<br /><br />*Resumo e Livre tradução: ieri em riseup.net. Na tradução, optei por utilizar a linguagem inclusiva. Também com a linguagem combatemos a discriminação.Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-36151187708934648482009-05-28T18:45:00.000-07:002009-09-22T17:34:26.094-07:00PicNic da GAFe - DOMINGO!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/Sh8-vUhhEhI/AAAAAAAAAOg/_p9a6zDq5nA/s1600-h/pique+nique.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 269px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/Sh8-vUhhEhI/AAAAAAAAAOg/_p9a6zDq5nA/s400/pique+nique.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5341056665768759826" border="0" /></a><br />O QUE?<br />PicNic da GAFe para pensar o coletivo e planejar nossas próximas acoes.<br /><br />QUANDO?<br />Esse domingo mesmo, dia 31. Vai ser às 15h...<br /><br />ONDE?<br />Lá no Parque do Corrego Grande!<br /><br />O QUE LEVAR?<br />Anseios, vontades, ideias e comida. Tudo a ser compartido.<br /><br />.... e nos vemos!Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-712717034208932342009-05-07T23:09:00.000-07:002009-09-22T17:34:35.687-07:00Sexo contra sexo ou classe contra classe?<a href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SgPNixSQBiI/AAAAAAAAAOY/doUCEv4EhEs/s1600-h/eperarios.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5333332380965930530" style="margin: 0px 10px 10px 0px; float: left; width: 400px; height: 290px;" alt="" src="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SgPNixSQBiI/AAAAAAAAAOY/doUCEv4EhEs/s400/eperarios.jpg" border="0" /></a><br /><div>"Se nós mulheres integramos diferentes classes sociais em luta, por isso, não constituímos uma classe diferente,mas sim um grupo policlassista.<br />Mesmo assim, consideramos que a exploração e a opressão<br />se combinam de diversas maneiras. O pertencimento de classe<br />de um sujeito delimitará os contornos de sua opressão. Por<br />exemplo, ainda que a impossibilidade legal de exercer o direito<br />sobre o próprio corpo seja uniforme para muitas mulheres do<br />mundo no plano formal do corpus jurídico, não são equivalentes<br />- no plano do real - as práticas ilegais possíveis e suas previsíveis<br />conseqüências para quem tem acesso ao clandestino aborto<br />asséptico por posição econômica, social e até nível educativo, e<br />para quem deve morrer por hemorragias e infecções, vítimas de<br />uma ordem patriarcal com descarado rosto capitalista.<br />Ou seja, ainda que se possa afirmar que o conjunto das<br />mulheres padece de discriminações legais, educacionais,<br />culturais, políticas e econômicas, o certo é que existem evidentes<br />diferenças de classe entre elas que moldaram em forma<br />variável não só as vivências subjetivas da opressão, mas<br />também e, fundamentalmente, as possibilidades objetivas de<br />enfrentamento e superação parcial ou não destas condições<br />sociais de discriminação.<br />Se todas as mulheres são oprimidas pelo sistema patriarcal em vigor na quase totalidade das sociedades contemporâneas, não o são pelas mesmas razões, além do que, há oprimidas que oprimem e é importante ressaltar isto.Se não for pela questão de classe como se explica a opressão de gênero, enquanto Ivanna Trump se converte em uma empresária independente no mundo dos negócios, ou Hillary Clinton se senta no poderoso senado norte-americano, e por outro lado 60 milhões de meninas ainda não têm acesso à educação?Supor que somente por serem mulheres há algo que vincula Margareth Thatcher com as desempregadas inglesas, as empregadas domésticas da Argentina, ou as operárias mexicanas é, em última instância, cair no reducionismo biológico da ideologia patriarcal dominante que as mesmas feministas criticam seriamente. Falar de gênero assim, portanto, é fazeruso de uma categoria abstrata, vazia de sentido e impotente para a transformação que queremos levar adiante."</div><br /><div><br />Andrea D´Atri - do livro Pão e Rosas"-</div><br /><div></div>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-14357938784381075392009-05-04T13:32:00.000-07:002009-09-22T17:34:52.455-07:00Direitos Iguais para as Trabalhadoras Domésticas!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_QCHptAzuDvY/Rw4lfLYjp7I/AAAAAAAAAmc/HhIqMluKsf8/s320/empregada_domestica.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 240px; height: 280px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_QCHptAzuDvY/Rw4lfLYjp7I/AAAAAAAAAmc/HhIqMluKsf8/s320/empregada_domestica.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><span style="font-size:85%;">Artigo publicado pelo CFEMA - http://www.cfemea.org.br/noticias/detalhes.asp?IDNoticia=911</span><br /><br /><p><em>Mais um 27 de abril sem equiparação</em></p> <p>Quando a Constituição Federal dá tratamento diferenciado para a maior categoria feminina, negra e empobrecida do país, é um sinal de que temos um problema de raça, gênero e classe para ser enfrentado pela sociedade brasileira.</p> <p>Garantir alguns, mas não todos os direitos que são assegurados às demais categorias urbanas, torna o trabalho doméstico constitucionalmente discriminado, tratado como subtrabalho. Pesquisas apontam que essas atividades geram impacto no desenvolvimento dos índices econômicos do país, pois o exercício desse trabalho viabiliza e permite que outra parcela da população esteja em atividades diretas da produção economicamente reconhecida. </p> <p>As medidas já adotadas pelos governos e Congresso não foram capazes de assegurar todos os direitos trabalhistas para milhões de trabalhadoras do setor. Garantir a equiparação dos direitos é enfrentar o patriarcado e o racismo. Como o CFEMEA tem apontado em suas análises sobre o trabalho doméstico, a desvalorização dessa atividade profissional está diretamente relacionada a quem o realiza (mulheres, na maioria das vezes negras), e ao tipo de trabalho que se faz (doméstico). Esse foi um trabalho destinado às mulheres como exercício de atividades “naturais” do sexo feminino. Sendo assim, é visto sem necessidade de ser remunerado (ou quando é pago, é mal pago), ou ainda, um trabalho cuja sociedade, governos e famílias não conferem qualquer valor contributivo para as riquezas do país.</p> <p>Assim, falar sobre direitos sociais para uma profissão essencialmente feminina, negra, com baixa escolaridade e pobre e que se realiza na esfera do mundo privado, não é tarefa fácil. Mas é necessária como uma proposta de reparação histórica!</p> <p>Por essa razão, os movimentos de mulheres e as organizações das próprias trabalhadoras (reunidas na FENATRAD- Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas) reivindicam que tanto o Projeto de Lei 1626/1989, de autoria da ex-senadora Benedita da Silva - oriunda da categoria de domésticas – e que está na Pauta para votação final pela Câmara dos Deputados desde fevereiro de 2007. E mais: que os direitos integrais sejam assegurados no texto da Constituição, fazendo tramitar uma Proposta de Emenda Constitucional capaz de garantir todos os direitos concedidos @s demais <a href="mailto:trabalhador@s">trabalhador@s</a> <a href="mailto:brasileir@s">brasileir@s</a>, resolvendo a equiparação do trabalho doméstico, mesmo 20 anos depois.</p>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-60498388613645325232009-04-20T12:12:00.000-07:002009-09-22T17:35:26.153-07:00(WENDO) Entrevista com Trude Menrath!<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SezKlvuq_0I/AAAAAAAAAOI/7DgLGzATOcA/s1600-h/fight1.bmp"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 266px; height: 278px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SezKlvuq_0I/AAAAAAAAAOI/7DgLGzATOcA/s400/fight1.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326855209088646978" border="0" /></a><br /><br />A instrutora de WenDo alemã, <span style="font-weight: bold;">Trude Menrath</span>, acredita que esta técnica de auto defesa é um dos caminhos eficazes que as mulheres podem encontrar para combater a violência que sofrem no dia-a-dia. WenDo, que significa “caminho das mulheres” surgiu no Canadá nos anos 70 desenvolvido por uma família que treinava artes marciais e que souberam que sua vizinha tinha sido agredida e morta pelo marido dela, sem chances de defesa. Por isto, eles/elas decidiram criar técnicas e estratégicas, fáceis e seguras, de serem aplicadas por mulheres e meninas quando estas fossem vítimas de alguma violência, em casa ou nas ruas. A partir daí, o WenDo começou a ser difundido por diversos países, entre eles, o Brasil que hoje conta com cinco grupos nas cidades de Curitiba, Salvador, São Paulo, João Pessoa, e mais recentemente, em Brasília.<br /><br />Trude Menrath é uma das mulheres responsáveis por esta difusão. Sempre que possível ela vem ao Brasil para poder acompanhar o desenvolvimento do WenDo no país e poder colaborar para que cada vez mais outras mulheres tenham acesso a ele. Foi assim que ela chegou em João Pessoa e realizou uma oficina de uma semana com as mulheres do grupo de WenDo desta cidade. Aproveitando sua passagem pela terrinha, fiz esta pequena entrevista com ela, que nos fala dentre outras coisas, da realização de encontros anuais na França e no Canadá e da organização dos grupos de WenDo pela Europa.<br /><br /><span style="font-weight: bold;"> Por Mabel Dias</span><br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">1) Como você conheceu o WenDo e em que ano foi?</span><br />Meu nome é Trude e eu conheci o WenDo no ano de 1980. Participei de uma oficina em uma casa onde tem sempre oficina para mulheres, no campo, perto da minha cidade, Köln, na Alemanha. É uma casa para estudos, férias, voltada para mulheres e nesta casa foi a primeira ou segunda vez que tive uma oficina de WenDo. Fui lá para aprender WenDo.<br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">2) Há quanto tempo você ensina o WenDo?</span><br />Eu comecei a ensinar cinco anos depois que o conheci e comecei a treinar cinco anos depois da oficina que participei, que durou uma semana, e então com outras mulheres iniciamos com um grupo na minha cidade. Começamos a treinar auto organizadas, sem treinadora, comecei dois anos depois a treinar jiu jitsu e outras artes marciais, sempre buscando maneiras para oferecer às mulheres meios para elas se auto defender. Há 28 anos comecei com o WenDo e há 23 anos que ensino o WenDo.<br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);"> 3) O que significa o WenDo?</span><br /> Para mim significa um método feminista, uma resposta e um enfrentamento das mulheres em relação à violência contra as mulheres, não é um conceito só físico, de defesa física, mas é um conceito feminista integral, que usa todas as maneiras como todas as mulheres podem se defender, não é só corpo nem só com golpes.<br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">4) Qual o nome do grupo de vocês, fale sobre o trabalho desenvolvido pelo seu grupo na Alemanha com as mulheres de lá.</span><br />O nome do grupo é “Frau Schmitzz”, Frau, em alemão quer dizer “mulher” ou “senhora”, e Schmitzz, é um nome muito comum na região, e queríamos mostrar já com o nome, que o WenDo é para qualquer mulher, não tem que ser jovem, não tem que ser esportiva, pode ser qualquer mulher, de qualquer idade. Trabalhamos muito com meninas, a partir de 6 anos, fazemos cursos com diferentes tipos de mulheres, eu faço muito curso com mulheres imigrantes, falo alguns idiomas e então posso fazer cursos com mulheres que não falam alemão, fazemos cursos para mulheres que tem problemas físicos, qualquer mulher que não pode andar. Nosso grupo funciona desde 1988, eu e mais duas outras mulheres com muitas mais fizemos este grupo e até hoje ele existe, atualmente somos três. Nos encontramos uma vez no mês, antes era uma vez pela semana, e discutimos juntas os temas do WenDo e as vezes treinamos. Discutimos o conceito de WenDo e estamos sempre buscando colocar o WenDo mais próximo das mulheres que<br />precisam, e sempre nas oficinas de WenDo são dados os passos, o que eu aprendi nos anos 80 hoje é muito diferente do WenDo que eu ensino, tem muito a ver com o desenvolvimento que teve no movimento feminista, porque o WenDo está muito perto do movimento feminista, todas as treinadoras de WenDo na Europa são feministas, a maioria são lésbicas, e assim integramos no WenDo os temas que o movimento feminista discute. Um exemplo é que no final dos anos 80 o assunto de abuso sexual de meninas foi muito discutido dentro do movimento feminista e a partir daí integramos este assunto aos treinos, e no final dos anos 80 começamos a dar aulas a meninas, e sempre vemos o WenDo como uma prevenção contra o abuso sexual das meninas e uma maneira para as mulheres sobreviver a violência que elas sofreram na vida.<br /><br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">5) Porque o WenDo é apenas para as mulheres, gostaria que você explicasse isto e falasse da importância das mulheres se organizarem.</span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SezK19T167I/AAAAAAAAAOQ/_GF4TW-VREY/s1600-h/fight.bmp"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 199px; height: 210px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SezK19T167I/AAAAAAAAAOQ/_GF4TW-VREY/s400/fight.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5326855487612119986" border="0" /></a><br />Para mim é muito claro porque o WenDo é para mulheres, não sei porquê há dúvidas. Na Alemanha, como aqui no Brasil, na maioria dos outros países do mundo, a mulher se encontra em uma situação de opressão e discriminação e por isto os homens podem usar violência contra ela, até matar a esposa se ela quer se separar, existem vários tipos de violência, discriminação no trabalho, estupro, abuso sexual. Hoje em dia na Alemanha, que é um país desenvolvido como muitos pensam, mas lá a mulher recebe ainda menos dinheiro que os homens, fazendo o mesmo trabalho. Em nosso país, assim como no Brasil, existe muita discriminação, as mulheres sofrem violência e é muito importante que elas se organizem para acabar com isto, eu vejo na Alemanha, como aqui que as mulheres conseguiram muitas coisas, mas ainda não é suficiente, este pensamento que já conseguimos muito e não precisamos mais do movimento feminista, não é verdadeiro, sobretudo na Alemanha vemos a situação das mulheres<br />imigrantes, e no Brasil se olharmos a situação da mulher negra, da trabalhadora, percebemos que temos que continuar lutando.<br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);"> 6) Conte como se dá a organização do WenDo na Alemanha e na Europa.</span><br /><br />Temos uma estrutura boa. Tudo começou em 1979 quando as primeiras professoras de WenDo foram formadas lá na Alemanha, mulheres da França e da Bélgica, e de outros países, e lá as mulheres começaram a se encontrar uma vez no ano na França para aprender mais e trocar informações, para trocar idéias e depois começaram a realizar um encontro no sul da França, que é internacional. Em muitos outros países da Europa, como Suécia, Espanha, Suíça, e na Turquia, que não é na Europa, mas fica próximo, existem grupos de WenDo. O encontro lá na França demora três dias, a cada ano, acontece no final de agosto é um ponto de organização, de treinar muito também, na Alemanha a rede de treinadoras se encontra uma vez pelo ano também, e tem encontros entre mulheres de WenDo e artes marciais, tem uma estrutura boa, e procuramos nos manter auto organizadas. Até hoje o WenDo não é uma organização não-governamental (ONG), uma organização institucionalizada, tem grupos autônomos. Eu quero que o<br />WenDo fique sempre autônomo. Somos respeitadas por muitas instituições e na minha cidade até a policia quando as mulheres são violentadas pelos maridos, ou crianças, eles indicam, mandam a mulher, a menina, para nosso grupo, para fazer os treinos conosco, temos uma boa visibilidade e respeito.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);"> 7) Como vocês se organizam e como os grupos se mantêm na Europa?</span><br /><br /> Quando fazemos cursos recebemos dinheiro das instituições, às vezes das mulheres, às vezes uma mistura das duas coisas, somos bem remuneradas pelas instituições, mas também fazemos cursos onde nós recebemos pouco dinheiro em solidariedade com grupos de outras mulheres. Por exemplo, agora estou em João Pessoa treinando com vocês e não estou cobrando a vocês pela oficina que estou dando, sempre tem este lado onde podemos cobrar, cobramos, onde não podemos não cobramos ou cobramos menos, é uma maneira de termos renda para manter o nosso grupo. Quando nos encontramos e fazemos este trabalho de organização e de desenvolvimento, divulgação do WenDo, fazemos com nosso dinheiro, nosso trabalho, não recebemos nada de ninguém.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">8) Como são pensados estes encontros que são realizados na França, Canadá e quantos já foram realizados?</span><br /><br />Começou em 1979 e a cada ano tem um encontro no sul da França, há 28 anos estes encontros são realizados.<br />É sempre um grupo de alguma cidade participante do encontro, e agora o encontro é muito mais internacional, o grupo pega a responsabilidade para organização e o grupo vai lá e organiza e tudo isto é feito voluntariamente e sem ajuda financeira, as mulheres quando chegam ao encontro dão apenas uma contribuição, porque temos que pagar pelo acampamento, alimentação, e também tem mulheres que tem mais dinheiro e mulheres que não podem pagar e nenhuma mulher fica de fora se não pode pagar. As primeiras brasileiras, que são as mulheres do grupo de Salvador, que participaram deste encontro não precisaram pagar, foi um ato de solidariedade.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">9) Percebo que o WenDo tem algumas características anarquistas, você concorda?</span><br /><br />Sim. Eu penso que se você é radical feminista, você também tem ligações, características com o anarquismo, como a busca por autogestão, solidariedade, apoio mutuo, entre outros princípios que fazem parte do anarquismo.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);"> 10) Vocês já realizaram oficinas com prostitutas. Conte o que foi mais marcante nesta oficina.</span><br /><br />Foi minha colega de grupo quem fez esta oficina, no meu caso posso falar de outras experiências que tive, e o mais marcante é quando chegam as meninas e as mulheres, às vezes são tímidas e quando saem do salão já tem outra expressão do corpo, de auto estima, acho isto muito legal do trabalho. E também com as vitimas de violência o WenDo trabalha com as experiências de violência que cada uma já teve, que é uma maneira de sobreviver, é uma maneira de se sentir melhor e de manter controle sobre a vida melhor que antes, é um lado muito importante do WenDo e também muito bonito, porque quando uma mulher sofre violência é sempre um trauma, ela perde o controle sobre a vida dela, sobre o corpo dela, e com o WenDo ela pode retomar este controle, isto muda muito, na minha vida e também na vida das mulheres, isto eu posso ver na expressão das mulheres, isto é muito lindo do WenDo.<br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);"> 11) E com as prostitutas, como foi?</span><br /><br />Foi a Gabi quem fez a oficina junto com outra colega nossa, a Marsha, que hoje não está mais no grupo, elas trabalhavam juntas, porque quando são grupos grandes e que precisam de mais atenção trabalhamos em duas. A experiência foi muito boa, foi difícil porque estas mulheres eram usuárias de heroína, elas vieram algumas semanas, mas foi muito bom porque elas se sentiram mais fortes depois da oficina e as prostitutas são mulheres bem mais vulneráveis a violência, muitas vezes os homens não querem pagar, batem nelas, fazem coisas que elas não foram contratadas. Para elas foi muito legal para elas terem esta experiência e para nós também.<br /><br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);"> 12) Qual o recado que você daria para as mulheres brasileiras, para as mulheres de um modo geral, para que elas saiam deste circulo de violência, que não é nada fácil, mas possível.</span><br /><br />Que sempre tem caminho.<br /><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);">13) E o caminho pode ser o WenDo...</span><br /><br />E o caminho pode ser o WenDo ou outra coisa, mas penso que sempre tem um caminho, às vezes não é fácil encontrar, mas se estamos de olhos abertos, tem um caminho.</div>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-81100609056700618772009-03-18T21:58:00.001-07:002009-09-22T17:37:11.314-07:00Ciranda da PalavraVai ser no dia 26 de marco...comeca as <span style="font-weight: bold;font-size:180%;" >14h30</span> là no colegio <span style="font-size:180%;"><span style="font-weight: bold;">Aplicacao</span></span> e depois segue de role!<br />Clique no <span style="font-size:180%;">bonito cartaz</span> abaixo para ampliar e ver a<span style="font-weight: bold;"> programacao</span>, tà?<br />Nos vemos la, <span style="font-size:78%;">galeuris</span>!<br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/ScHRKUvzCRI/AAAAAAAAAN4/BiWCwoiZiCM/s1600-h/Cartaz+++++++Mar%C3%A7o+2009.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 283px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/ScHRKUvzCRI/AAAAAAAAAN4/BiWCwoiZiCM/s400/Cartaz+++++++Mar%C3%A7o+2009.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314759010571979026" border="0" /></a>Sìtio Virtual da Ciranda:<span style="font-size:180%;"><span style="font-weight: bold;"> http://www.cirandadapalavra.wordpress.com<br /></span><span><span style="font-size:100%;">:: confira lá o texto da Beatriz Albino que ta bem bacana!! ::</span></span><span style="font-weight: bold;"><br /></span></span>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-28028880167994898282009-03-14T17:36:00.000-07:002009-09-22T17:36:48.110-07:00Uma Serie: Un poquito de intervención en Latina!<span style="font-weight: bold; color: rgb(204, 0, 0);font-size:180%;" >1- ROMPE EL MOLDE</span> <span style="color: rgb(204, 0, 0);">(Chile)</span><br /><span style="color: rgb(204, 0, 0);font-size:180%;" > http://www.rompeelmolde.tk/</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQtA8LTyI/AAAAAAAAANg/Olri3qF1MGQ/s1600-h/pichulaLIVIANcopy.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 203px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQtA8LTyI/AAAAAAAAANg/Olri3qF1MGQ/s400/pichulaLIVIANcopy.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313210394667077410" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQzqKHuwI/AAAAAAAAANo/VRSKLwsUVGQ/s1600-h/tetasLIVIANAcopy.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 320px; height: 372px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQzqKHuwI/AAAAAAAAANo/VRSKLwsUVGQ/s400/tetasLIVIANAcopy.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313210508810631938" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQi4SUq8I/AAAAAAAAANY/w7intWHo1Kk/s1600-h/nomedepilo.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 251px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQi4SUq8I/AAAAAAAAANY/w7intWHo1Kk/s400/nomedepilo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313210220545354690" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQSIvTuGI/AAAAAAAAANQ/PKe9HIxM190/s1600-h/muzkulinLIVIANAcopy.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 251px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQSIvTuGI/AAAAAAAAANQ/PKe9HIxM190/s400/muzkulinLIVIANAcopy.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313209932904118370" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQKsbhu9I/AAAAAAAAANI/T8QZKFCw9Vc/s1600-h/masturbeichon.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 253px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxQKsbhu9I/AAAAAAAAANI/T8QZKFCw9Vc/s400/masturbeichon.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313209805045873618" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxPlIIXSdI/AAAAAAAAANA/4sptNazv_nA/s1600-h/60.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 251px; height: 400px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxPlIIXSdI/AAAAAAAAANA/4sptNazv_nA/s400/60.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313209159646661074" border="0" /></a><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxO_dRmjJI/AAAAAAAAAMw/KnkkAsWMeM8/s1600-h/texto2img.JPG"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 301px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxO_dRmjJI/AAAAAAAAAMw/KnkkAsWMeM8/s400/texto2img.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313208512487525522" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxPLKw42hI/AAAAAAAAAM4/ut77B6ygpiw/s1600-h/texto.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 309px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SbxPLKw42hI/AAAAAAAAAM4/ut77B6ygpiw/s400/texto.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5313208713676904978" border="0" /></a>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-73416135150864696362009-03-11T10:31:00.000-07:002009-09-22T17:38:14.013-07:008 de Marco<p style="text-align: center; color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;">Dispenco Essa Rosa!</p><p style="text-align: center; color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;">por Marjorie Rodrigues</p><span style="font-size:85%;">*Autoria: Marjorie Rodrigues <<a href="http://marjorierodrigues.wordpress.com/" target="_blank">http://marjorierodrigues.wordpress.com/</a>> /<br />Organização: Comunidade Feminismo e<br />Libertação<<a href="http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=26646467%3E/" target="_blank">http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=26646467>/</a><br />Saiba<br />mais sobre a campanha. <<a href="http://pixelporpixel.wordpress.com/about/" target="_blank">http://pixelporpixel.wordpress.com/about/</a>>* </span><p style="text-align: center;"><img class="aligncenter size-full wp-image-1583" title="dispense" src="http://marjorierodrigues.files.wordpress.com/2009/03/dispense.jpg?w=348&h=260" alt="dispense" width="348" height="260" /></p> <p>Dia 8 de março seria um dia como qualquer outro, não fosse pela rosa e os parabéns. Toda mulher sabe como é. Ao chegar ao trabalho e dar bom dia aos colegas, algum deles vai soltar: ”parabéns”.</p> <p>Por alguns segundos, a gente tenta entender por que raios estamos recebendo parabéns se não é nosso aniversário (exceção, claro, à minoria que, de fato, faz aniversário neste dia). Depois de ficar com cara de bestas, num estalo a gente se lembra da data, dá um sorriso amarelo e responde “obrigada”, pensando: “mas por que eu deveria receber parabéns por ser mulher?”.</p> <p>Mais tarde, chega um funcionário distribuindo rosas. Novamente, sorriso amarelo e obrigada. É assim todos os anos. Quando não é no trabalho, é em alguma loja. Quando não é numa loja, é no supermercado. Todos os anos, todo 8 de março: é sempre a maldita rosa.</p> <p>Dizem que a rosa simboliza a “feminilidade”, a delicadeza. É a mesma metáfora que usam para coibir nossa sexualidade — da supervalorização da virgindidade é que saiu o verbo “deflorar” (como se o homem, ao romper o hímen de uma mulher, arrancasse a flor do solo, tomando-a para si e condenando-a – afinal, depois de arrancada da terra, a flor está fadada à morte). É da metáfora da flor, portanto, que vem a idéia de que mulheres sexualmente ativas são “putas”, inferiores, menos respeitáveis. </p> <p>A delicadeza da flor também é sua fraqueza. Qualquer movimento mais brusco lhe arranca as pétalas. Dizem o mesmo de nós: que somos o “sexo frágil” e que, por isso, devemos ser protegidas. Mas protegidas do quê? De quem? A julgar pelo <a href="http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2007/11/01/estupros_aumentam_em_sao_paulo_no_terceiro_trimestre_do_ano_1066609.html" target="_blank">número de estupros</a>, precisamos de proteção contra os homens. Ah, mas os homens que estupram são psicopatas, dizem. São loucos. Não é com estes homens que nós namoramos e casamos, não é a eles que confiamos a tarefa de nos proteger. Mas, bem, segundo pesquisa Ibope/Instituto Patricia Galvão, <a href="http://copodeleite.rits.org.br/apc-aa-patriciagalvao/home/noticias.shtml?x=527" target="_blank">51% dos brasileiros dizem conhecer alguma mulher que é agredida por seu parceiro</a>. No resto do mundo, <a href="http://marjorierodrigues.wordpress.com/wp-admin/Em%20paises%20como%20a%20Austr%C3%A1lia,%20Canad%C3%A1,%20Estados%20Unidos%20e%20%C3%81frica%20do%20Sul,%20entre%2040%20a%2070%20por%20cento%20das%20mulheres%20assassinadas%20o%20autor%20do%20assassinio%20%C3%A9%20o%20pr%C3%B3prio%20marido%20ou%20companheiro." target="_blank">em 40 a 70 por cento dos assassinatos de mulheres, o autor é o próprio marido ou companheiro</a>.Este tipo de crime também aparece com <a href="http://oglobo.globo.com/rio/mat/2006/12/13/287020466.asp" target="_blank">frequência </a>na mídia. No entanto, são tratados como crimes “passionais” – o que dá a errônea impressão de que homens e mulheres os cometem com a mesma frequência, já que a paixão é algo que acomete ambos os sexos. Tratam os homens autores destes crimes como “românticos” exagerados, <a href="http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2008/10/espero-que-isso-termine-num-casamento.html" target="_blank">príncipes encantados que foram longe demais</a>. No entanto, <a href="http://polls.folha.com.br/poll/0623001/results" target="_blank">são as mulheres as neuróticas nos filmes e novelas</a>. São elas que “amam demais”, <a href="http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070210021222AAb7EI6" target="_blank">não os homens</a>.</p> <p>Mas a rosa também tem espinhos, o que a torna ainda mais simbólica dos mitos que o patriarcado atribuiu às mulheres. Somos ardilosas, traiçoeiras, manipuladoras, castradoras. Nós é que fomos nos meter com a serpente e tiramos o pobre Adão do paraíso (como se Eva lhe tivesse enfiado a maçã goela abaixo, como se ele não a tivesse comido de livre e espontânea vontade). Várias culturas têm a lenda da <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Vagina_dentata" target="_blank">vagina dentata</a>. Em Hollywood, as mulheres usam a “sedução” para prejudicar os homens e conseguir o que querem. Nos intervalos do canal Sony, os machos são de “respeito” e as mulheres têm “mentes perigosas”. A mensagem subliminar é: “cuidado, meninos, as mulheres são o capeta disfarçado”. E, foi com medo do capeta que a sociedade, ao longo dos séculos, prendeu as mulheres dentro de casa. Como se isso não fosse suficiente, limitaram seus movimentos com espartilhos, sapatos minúsculos (na China), saltos altos. Impediram-na que estudasse, que trabalhasse, que tivesse vida própria. Ela era uma propriedade do pai, depois do marido. Tinha sempre de estar sob a tutela de alguém, senão sua “mente perigosa” causaria coisas terríveis.</p> <p>Mas dizem que a rosa serve para mostrar que, hoje, nos valorizam. Hoje, sim. Vivemos num mundo “pós-feminista” afinal. Todas essas discriminações acabaram! As mulheres votam e trabalham! Não há mais nada para conquistar! Será mesmo? Nos últimos anos, <a href="http://www3.catho.com.br/salario/action//artigos/As_diferencas_salariais_entre_Homens_e_Mulheres.php" target="_blank">as diferenças salariais entre homens e mulheres (que seguem as mesmas profissões) têm crescido</a> no Brasil, em vez de diminuir. Nos centros urbanos, onde a estrutura ocupacional é mais complexa, <a href="http://www.seade.gov.br/produtos/mulher/index.php?bole=13&tip=03" target="_blank">a disparidade tende a ser pior</a>. Considerando que recebo menos para desempenhar o mesmo serviço, não parece irônico que o meu colega de trabalho me dê os parabéns por ser mulher?</p> <p>Dizem que a rosa é um sinal de reconhecimento das nossas capacidades. Mas, no ranking de igualdade política do Fórum Econômico Mundial de 2008, o <a href="http://www.weforum.org/en/Communities/Women%20Leaders%20and%20Gender%20Parity/GenderGapNetwork/index.htm" target="_blank">Brasil está em 10oº lugar entre 130 países</a>. As mulheres têm 11% dos cargos ministeriais e 9% dos assentos no Congresso — onde, das 513 cadeiras, apenas 46 são ocupadas por elas. Do total de prefeitos eleitos no ano passado, <a href="http://www.cfemea.org.br/noticias/detalhes.asp?IDNoticia=810" target="_blank">apenas 9,08% são mulheres</a>. E nós somos 52% da população.</p> <p>A rosa também simboliza beleza. Ah, o sexo belo. Mas é só passar em frente a uma banca de revistas para descobrir que é exatamente o contrário. Você nunca está bonita o suficiente, bobinha. Não pode ser feliz enquanto não emagrecer. Não pode envelhecer. Não pode ter celulite (embora até bebês tenham furinhos na bunda). Você só terá valor quando for igual a uma modelo de 18 anos (as modelos têm 17 ou 18 anos até quando a propaganda é de creme rejuvenescedor…). Mas mesmo ela não é perfeita: tem de ser photoshopada. Sua pele é alterada a ponto de parecer de plástico: ela não tem espinhas nem estrias nem olheiras nem cicatrizes nem hematomas, nenhuma dessas coisas que a gente tem quando vive. Ela sorri, mas não tem linhas ao lado da boca. Faz cara de brava, mas sua testa não se franze. É magérrima (às vezes, anoréxica), mas não tem nenhum osso saltando. É a beleza impossível, mas você deve persegui-la mesmo assim, se quiser ser “feminina”. Porque, sim, feminilidade é isso: é “se cuidar”. Você não pode relaxar. Não pode se abandonar (em inglês, a expressão usada é exatamente esta: “let yourself go”). Usar uma porrada de cosméticos e fazer plásticas é a maneira (a única maneira, segundo os publicitários) de mostrar a si mesma e aos outros que você <em>se ama</em>. “Você se ama? Então corrija-se”. Por mais contraditória que pareça, é esta a mensagem.</p> <p>Todo dia 8 de março, nos dão uma rosa como sinal de respeito. No entanto, a misoginia está em toda parte. Os anúncios e ensaios de moda <a href="http://sindromedeestocolmo.com/archives/2006/08/violencia_contr.html/" target="_blank">glamurizam</a> a <a href="http://sindromedeestocolmo.com/archives/2006/06/glamourizacao_d.html/" target="_blank">violência</a> contra <a href="http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2008/12/httprosaeradicalblogspotcom200812calend.html" target="_blank">a mulher</a>. Nas propagandas de cerveja e programas humorísticos, as mulheres são bundas ambulantes, meros objetos sexuais. A pornografia mainstream (feita pela Hollywood pornô, uma indústira multibilionária) tem <a href="http://uts.cc.utexas.edu/%7Erjensen/articles_gender.html" target="_blank">cada vez mais cenas </a>de violência, estupro e simulação de atos sexuais feitos contra a vontade da mulher. Nos videogames, ganha pontos quem atropelar prostitutas.</p> <p>Todo dia 8 de março, volto para casa e vejo um monte de mulheres com rosas vermelhas na mão, no metrô. É um sinal de cavalheirismo, dizem. Mas, no mesmo metrô, muitas mulheres são encoxadas todos os dias. Tanto que o Rio criou um vagão exclusivo para as mulheres, para que elas fujam de quem as assedia. Pois é, eles não punem os responsáveis. Acham difícil. Preferem isolar as vítimas. Enquanto não combatermos a idéia de que as mulheres que andam sozinhas por aí são “convidativas”, propriedade pública, isso nunca vai deixar de existir. Enquanto <a href="http://escrevalolaescreva.blogspot.com/2008/12/ltima-do-joo.html" target="_blank">acharem que cantar uma mulher na rua é elogio </a>, isso nunca vai deixar de existir. Atualmente, a propaganda da NET mostra um pinguim (?) dizendo “ê lá em casa” para uma enfermeira. Em outro comercial, o russo garoto-propaganda puxa três mulheres para perto de si, para que os telespectadores entendam que o “combo” da NET engloba três serviços. Aparentemente, temos de rir disso. Aparentemente, isso ajuda a vender TV por assinatura. Muito provavelmente, os publicitários criadores desta peça não sabem o que é andar pela rua sem ser interrompida por um completo desconhecido ameaçando “chupá-la todinha”.</p> <p>Então, dá licença, mas eu dispenso esta rosa. Não preciso dela. Não a aceito. Não me sinto elogiada com ela. Não quero rosas. Eu quero igualdade de salários, mais representação política, mais respeito, menos violência e menos amarras. Eu quero, de fato, ser igual na sociedade. Eu quero, de fato, caminhar em direção a um mundo em que o feminismo não seja mais necessário.</p> <p>…Enquanto isso não acontecer, meu querido, enfia esta rosa no dignissímo senhor seu cu.</p>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-19233602757640764672008-11-28T02:03:00.000-08:002009-09-22T17:38:31.404-07:00NO al veto de Tabaré!!!<div style="text-align: justify;"><blockquote class="summary"><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">*Depois de aprovado no senado e na câmera de deputadxs a lei que despenalizava o aborto no Uruguai foi vetada pelo presidente Tabaré Vázquez. Além de ter passado pelas duas instancias institucionais a questão da descriminalização passou por uma consulta de opinião popular, em que mais de 60% dxs consultadxs se posicionarão a favor da lei.. aí vem um presidente sem noção e subordina todo um processo a suas convicções pessoais.. Sr. presidente, o que meu corpo tem a ver com a m%$# da sua religião?????????</span> <span style="font-weight: bold;">Movimentos sociais estão se articulando e fizeram já algumas manifestações contra o veto.. Pra mais informações você pode conferir o Indymedia Uruguay: http://uruguay.indymedia.org/ - que</span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;"> foi da onde a gente tirou esse texto que segue e as fotos das primeiras marchas. </span> <span style="font-weight: bold;">Ou! Se você tiver algum texto, notícia melhor sobre o que rolou manda pra </span></span><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold;">gente publicar aqui!!! ( gafe(a)lists.riseup.net )</span> <span style="font-weight: bold;">Soliedariedade aos movimentos uruguaios!</span> <span style="font-weight: bold;">Que acabe a intervenção aleatória do Estado sobre nossos corpos!!!</span></span><i><br /><br /></i><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SS_Emg6BwwI/AAAAAAAAAMA/C0uP5oZQxGU/s1600-h/1.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 267px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SS_Emg6BwwI/AAAAAAAAAMA/C0uP5oZQxGU/s400/1.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5273649854621532930" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SS_EmnJM1EI/AAAAAAAAAMI/E7FbhkR2IxU/s1600-h/2.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 400px; height: 300px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SS_EmnJM1EI/AAAAAAAAAMI/E7FbhkR2IxU/s400/2.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5273649856295785538" border="0" /></a><br /><i>Aunque el Presidente Tabaré Vázquez porfiadamente ha anunciado su intención de vetar la ley que despenaliza el aborto, debe tomar en cuenta la aprobación en las Cámaras y el 60% de apoyo popular.</i></blockquote> El martes 11 de noviembre de 2008, el Senado uruguayo finalmente aprobó el Proyecto de Ley de Defensa de la Salud Sexual y Reproductiva, por 17 votos de un total de 30. El Poder Ejecutivo, a partir de esta aprobación, tiene 10 días para firmar la promulgación de la ley, o para vetarla.<br /><br />Aunque el Presidente Tabaré Vázquez porfiadamente ha anunciado, incluso desde que asumiera el poder, su intención de vetar cualquier ley que intente despenalizar el aborto, el peso simbólico y real que implica su aprobación tanto en Diputados como en el Senado, más el abrumador apoyo ciudadano de más de un 60% a favor del proyecto, sin duda son elementos que debieran influir en un país que se reconoce respetuoso de la voluntad popular.<br /><br />Y así debe entenderlo Tabaré Vázquez, ya que gobierna para todas las uruguayas y uruguayos, no para estar en paz con sus convicciones personales. Ni tampoco para escuchar las amenazas ni diatribas de las jerarquías eclesiásticas que atentan contra la plena vigencia del Estado laico.<br /><br />Esta emblemática ley, cuya tramitación lleva ya largo tiempo, ofrece respuestas concretas y coherentes respecto de las demandas en salud sexual y reproductiva de mujeres y hombres, y hace visible la existencia de un territorio de derechos, de autonomías y de libertad, cual es el ámbito de la sexualidad y la reproducción. Y es así como aprueba la despenalización del aborto a demanda de la mujer, hasta las 12 semanas de gestación, reconociendo a las mujeres, sin distinción de clase social, como sujetas de derecho y como entes morales responsables de las decisiones que adoptan sobre su maternidad. Pero no solo habla sobre la interrupción voluntaria del embarazo, sino que establece una serie de medidas para garantizar la promoción y protección de la salud sexual y<br />reproductiva de todas y todos.<br /><br />Uruguay se constituye, así, en un ejemplo de democracia, en un ejemplo de acción política impulsada por distintos sectores de la sociedad civil –mujeres, proveedores y profesionales de la salud, representantes de la academia, estudiantes, trabajadoras y trabajadores, sectores de iglesia de base, parlamentarias y parlamentarios, medios de comunicación– para la defensa y promoción de derechos que hasta ahora son muy difíciles de concretar en la vida cotidiana: los derechos humanos sexuales y reproductivos.<br />La Red de Salud de las Mujeres Latinoamericanas y del Caribe, RSMLAC, por lo tanto, se une al regocijo que recorre a esta región, a las mujeres y hombres que hoy celebran en las calles del Uruguay, y se une también a la decisión cada vez más fortalecida de las organizaciones de mujeres y personas que en otros países continúan luchando decididamente, incluso con riesgo de su integridad personal, por urgentes cambios legislativos y por políticas públicas que hagan posible una verdadera justicia social y de género.<br /><br />A su vez, los movimientos de mujeres organizadas, apoyan esta lucha de las hermanas uruguayas y solicitan la adhesión de hombres y mujeres, organizaciones políticas y sociales, grupos de diversidad sexual, compañeros y compañeras que hagan suyos estos conceptos.<br /></div>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-71481489111950591872008-11-13T06:48:00.000-08:002009-09-22T17:38:45.066-07:00Aprovada descriminalização do aborto no Uruguai*matéria publicada em: http://www.bonde.com.br/bonde.php?id_bonde=1-34-3-10-20081106<br /><br />Após mais de doze horas de sessão, a Câmara dos Deputados do Uruguai aprovou, por 49 votos a 48, o projeto de lei que descriminaliza o aborto até a décima segunda semana de gravidez.<br /><br />O texto ainda precisa ser aprovado pelo Senado. Se a lei chegar a ser realidade, o Uruguai será pioneiro da iniciativa na América do Sul, como contaram especialistas argentinos.<br /><br />O presidente do país, Tabaré Vázquez, já disse que vetará o projeto, que surgiu de parlamentares da coalizão governista, Frente Ampla, que tem maioria na Câmara e no Senado.<br /><br />Se Vázquez vetar a medida como promete, deputados e senadores precisarão de três quintos dos votos em cada casa legislativa para derrubar o veto e implementar a lei – número considerado hoje difícil.<br /><br /><b>Ameaça da Igreja</b><br /><br />A chamada Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, que inclui a descriminalização do aborto, vem sendo defendida há pelo menos quatro anos por setores políticos e sociais no país.<br /><br />Desta vez, pouco antes da votação na Câmara, o arcebispo da Igreja Católica em Montevidéu, Nicolás Cotugno, disse que iria "excomungar" os legisladores que votassem a favor da medida.<br /><br />Manifestantes contra e a favor da medida realizaram protestos do lado de fora da Câmara, e uma ameaça de bomba obrigou que o prédio fosse evacuado.<br /><br />O deputado e médico Luis Gallo, da Frente Ampla, disse à BBC Brasil que a lei que penaliza as mulheres que praticam o aborto tem 80 anos e prevê processo com prisão de entre três e seis anos.<br /><br />"O Uruguai é o país da América Latina com maior número de mortes por aborto e o aborto é, ao mesmo tempo, a primeira causa de morte na gravidez no país", disse.<br /><br />"Temos estimativas mostrando que ocorrem cerca de 33 mil abortos por ano no país. E que somente 0,04% desse total viram processo. Ou seja, a lei em si é uma tragédia e para que existe, se não é aplicada?"<br /><br /><b>Pioneiro</b><br /><br />Em outros países da América do Sul, como Argentina, o aborto está previsto no código penal e só é permitido em casos de estupro ou em que a mãe corra risco de morte.<br /><br />Tradicionalmente, o Uruguai é um pioneiro sul-americano na adoção de leis liberais na área social. O país foi o primeiro a permitir o divórcio e a separar a Igreja Católica do poder do Estado, que é laico.<br /><br />No ano passado, o governo de Vázquez começou a implementar, como contou Gallo, a educação sexual nas escolas. Também foi aprovado nesta gestão o casamento entre homossexuais.Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-49201727419057135202008-10-28T04:07:00.000-07:002009-09-22T17:38:58.106-07:00Um pouco de Lima Barreto*<div style="text-align: justify;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SQbzJESgegI/AAAAAAAAAJU/RgcUI8QeWJU/s1600-h/lima_barreto.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 224px; height: 361px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SQbzJESgegI/AAAAAAAAAJU/RgcUI8QeWJU/s400/lima_barreto.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5262160551724743170" border="0" /></a><span style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="font-size:85%;"><span style=";font-family:verdana;font-size:78%;" >(*)Os dois techos que seguem foram publicados em 1915 em "Vida Urbana". Lima Barreto nasceu em 1881 no Rio de Janeiro, foi jornalista e um dos mais importantes escritores brasileiros. Nas suas obras aparecem os pobres, boemios, arruinados, explorados e no caso dos dois trechos abaixo, as mulheres em duas situações em que seus direitos aparecem violados (criminalização do aborto e violencia de gênero). Crítico a roupagem alegórica da república, encarava a literatura como meio militante e o escritor como ator político. Seu estilo coloquial foi alvo de crítica dos parnasianos da época e inspitação para os escritores modernos. Lima Barreto tinha grandes afinidades com o pensamento anarquista e publicava seus textos na impresa de esquerda da época. Morreu em 1922 com 41 anos.</span></span></span><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;"><span style="font-size:85%;"><br /></span></span></div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-size:180%;" ><br /></span></p><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-size:180%;" >A LEI</span><span style="font-size:85%;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Este caso da parteira merece sérias reflexões que tendem a interrogar sobre a serventia da lei.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Uma senhora, separada do marido, muito naturalmente quer conservar em sua companhia a filha; e muito naturalmente também não quer viver isolada e cede, por isto ou aquilo, a uma inclinação amorosa.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">O caso se complica com uma gravidez e para que a lei, baseada em uma moral que já se findou, não lhe tire a filha, procura uma conhecida, sua amiga, a fim de provocar um aborto de forma a não se comprometer.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Vê-se bem que na intromissão da "curiosa" não houve nenhuma espécie de interesse subalterno, não foi questão de dinheiro. O que houve foi simplesmente camaradagem, amizade, vontade de servir a uma amiga, de livrá-la de uma terrível situação.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Aos olhos de todos, é um ato digno, porque, mais do que o amor, a amizade se impõe.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Acontece que a sua intervenção foi desastrosa e lá vem a lei, os regulamentos, a polícia, os inquéritos, os peritos, a faculdade e berram: você é uma criminosa! você quis impedir que nascesse mais um homem para aborrecer-se com a vida!</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Berram e levam a pobre mulher para os autos, para a justiça, para a chicana, para os depoimentos, para essa via-sacra da justiça, que talvez o próprio Cristo não percorresse com resignação.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">A parteira, mulher humilde, temerosa das leis, que não conhecia, amedrontada com a prisão, onde nunca esperava parar, mata-se.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Reflitamos, agora; não é estúpida a lei que, para proteger uma vida provável, sacrifica duas? Sim, duas porque a outra procurou a morte para que a lei não lhe tirasse a filha. De que vale a lei?</span></p><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:180%;"><br /></span></p><p style="text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);font-size:180%;" >NÃO AS MATEM</span><span style="font-size:85%;"><br /></span></p><p class="p20" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, <i>quand même, </i>sobre a mulher.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p78" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p79" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p79" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p45" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que é de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p80" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p81" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p81" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de supor que, quem quer casar, deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa-vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como e então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p7" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Todas as considerações que se possam fazer, tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição, não devem ser desprezadas.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p7" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa, que enche de indignação.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p80" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">O esquecimento de que elas são, como todos nós, sujeitas, a influências várias que fazem flutuar as suas inclinações, as suas amizades, os seus gostos, os seus amores, é coisa tão estúpida, que, só entre selvagens deve ter existido.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="MsoNormal" style="text-indent: 1cm; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a inanidade de generalizar a eternidade do amor.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p2" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Pode existir, existe, mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir que o sol varie a hora do seu nascimento.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p2" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Deixem as mulheres amar à vontade.</span></p><div style="text-align: justify;"> </div><p class="p83" style="margin-left: 0cm; text-indent: 1cm; line-height: normal; text-align: justify;font-family:arial;"><span style="font-size:85%;">Não as matem, pelo amor de Deus!</span></p>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-54016143849149978962008-10-07T11:14:00.000-07:002009-09-22T17:39:23.879-07:00"Sou Feliz, Descobri Meu Clitóris"<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOunk2vgx4I/AAAAAAAAAJM/O0WmVRgAHTU/s1600-h/um+ano.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOunk2vgx4I/AAAAAAAAAJM/O0WmVRgAHTU/s400/um+ano.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5254477641869739906" border="0" /></a><br /><span style="font-family:arial;">"Sou Feliz, Descobri Meu Clitóris"<br />Reflexões de Um Ano de Gafe<br /><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;"> Esse mês a gente comemora um ano de Gafe. Um ano das primeiras reuniões, ações e evetos. Mas essa história vem bem de antes.. Já vem das meninas do Movimento Passe Livre que sentiam uma puta vontade de conversar sobre os papéis que a gente cumpre e que nos falam para ocupar na vida, baseados em critérios bem estranhos. E tinha também outros homens e outras mulheres por aí que de algum jeito tambem se sentiam indomodadxs com essa demarcação aleatória sobre nossos corpos. Foi dessa fusão, desse encontro, que nasceu nosso coletivo. Um coletivo cheio de dúvidas, de incertezas, de paixões, frustrações, mas principalmente de muitas vontades. A gente trazia individualmente a vontade de discutir, dividir, aprender, e principalmente mudar coisas tão delicadas, que por tantos anos nos passaram desapercebidas. Uma vontade imensa de romper mordaças, cadeados, cintos de castidade, correntes e vendas. Vontade de afirmar o diferente, questionar o que sempre esteve ali, parado como se não pudesse ser de outro jeito.</span><br /><span style="font-family:arial;"> Nesse tempo todo tivemos consciencia do nosso tamanho. Nós sabemos que estamos engatinhando, que aina há muito o que aprender. Mas talvez, essa tenha sido a grande virtude do grupo: ser pequeno é aprender, e a gente aprende é na prática. Por todos esses meses foi isso que a gente buscou. Aplicar em ações concretas o pouco que a gente já sabia, dividir nossas dúvidas estimulando a confusão de quem pensa que já está esclarecidx, conversar com a cidade sob as maneiras mais diversas: pixações, marchas, cartazes, panfletos, rodas de discussão. Até aqui, essas foram as maneiras que a gente encontrou para colocar todas os gritos pra fora - tanto de os indiginação como os de incerteza. </span><br /><span style="font-family:arial;"> Com ousadia nos demos o direito de declarar: estamos felizes, descobrimos nossos clitóris. Mas o que diabos queremos dizer com isso????</span><br /><span style="font-family:arial;"> Os clitoris são descobertos quando afirmamos um prazer sexual que nos foi negado por tantos anos. Mais além, muito mais além, descobrir o clitóris é retomar nosso corpo antes moldado e expropriado pelos discursos dos técnicos, dos especialistas, dos médicos, dos académicos, dos cafetões, da família, do trabalho, das propagandas, da mídia, das cobranças, dos padrões, dos psiquiatras, da escola, do Estado, da igreja. É perceber esse roubo histórico e, apartir disso, buscar acabar com ele e retomar o que é nosso por direito.</span><br /><span style="font-family:arial;"> Descobrir o clitóris é construir novas relações e expor a falência das velhas. É dar belos golpes contra o individulismo, o consumismo e o egoísmo, que comandam a maneira como nos relacionamos com todos os outros seres. É lutar contra as relações desiguais, de dominação, de submissão, de possesividade, e sob seus escombros edificar relacionamestos mais livres, igualitários, cheios de possibilidades de vivências, que não precisem seguir aqueles modelos falidos de rivalidade, de homofobia, de violência, de violações, de competição e preconceito.</span><br /><span style="font-family:arial;"> Descobrir o clitóris é também retomar nossas identidades. Negar boa parte do que aprendemos a ser, a agir, a fazer. É lembrar que somos múltiplxs, fluídxs..que podemos ser um monte de coisas ao mesmo tempo para deixar de ser aquilo que desde pequenxs nos convenceram a ser. Descobrir as possibilidades, os jeitos tão diferentes que podemos encarar o que passa pela nossa frente.</span><br /><span style="font-family:arial;"> Mais que tudo, é descobrir que as coisas podem ser de outro jeito...</span><br /><span style="font-family:arial;"> É muita coisa! Talvez seja muita audácia mesmo a gente falar que já descobriu todos os clitoris possíveis!</span><br /><span style="font-family:arial;"> Ainda falta muito, ainda há muitas coisa há ser destruida, coisas grandes e poderosas, esperando que coletivamente coloquemos umas bombas em suas bases.. Bombas e molotovs que virão da selva mexicana, da ilha de santa catarina, do altiplano boliviano, enfim, de todos os lados!</span><br /><span style="font-family:arial;"> Vamos seguir trocando experiencias, conversando, escutando, agindo, destruindo o que tá imposto, construindo o novo!</span><br /><span style="font-family:arial;"> Seguimos todxs procurando nossos clitóris rumo a um orgasmo coletivo!</span><br /></div><span style="font-family:arial;"> Vulva la Revolucion! * outubro.2008<br /></span><span style="font-family:arial;"></span>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-89337324324872011902008-10-01T09:26:00.000-07:002009-09-22T17:39:55.971-07:00Relato - Resistir Para Existir II<span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 204, 0);font-family:verdana;font-size:78%;" >O que? Você perdeu o Resisitr II?</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 204, 0);font-family:verdana;font-size:78%;" >Nossa.. que vacilo hein? Mas tudo bem, você p</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 204, 0);font-family:verdana;font-size:78%;" >ode ler o relato de uma gafiana e descobrir como foi!<br />Mas vê se não faz isso de novo hein! Fica ligadx</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 204, 0);font-family:verdana;font-size:78%;" >!</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 255, 51);font-family:verdana;font-size:78%;" ><br /><br /></span><div style="text-align: center;"><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-family:verdana;font-size:130%;" >RESISTIR P</span><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-family:verdana;font-size:130%;" >ARA EXISTIR II</span><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family:arial;">Depois da realização do Resistir para Existir I, em novembro de 2007 na Universidade Federal de Santa Catarina, o Grupo de Ação Feminista – GAFe, sentiu a necessidade de levar as discussões para a descontrução dos papéis de gênero para outros lugares de Florianópolis. O Resistir para Existir II aconteceu no dia 28 de setembro de</span><span style="font-family:arial;"> 2008 no salão da capela São Sebastião no bairro do Campeche.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Mais uma vez o evento exigiu bastante colaboração d@s participantes. O dinheiro utilizado para o pagamento de cartazes, material e lanche foi conseqüência das vendas da camiseta e do brechó realizado pela GAFe nos meses anteriores.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">A ajuda das moradoras do Campeche també</span><span style="font-family:arial;">m foi fun</span><span style="font-family:arial;">damental. O espaço foi cedido com muita boa vontade e disposição. Achamos extremam</span><span style="font-family:arial;">ente importante agradecer mais uma vez e demonstrar nossa felicidade pelo sucesso da realização dessa atividade.</span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOl9czLplI/AAAAAAAAAIs/DKKUqKfhFXY/s1600-h/429454.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOl9czLplI/AAAAAAAAAIs/DKKUqKfhFXY/s320/429454.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252224065565599314" border="0" /></a><span style="font-family:arial;">O espaço do salão da capela era bem grande, com várias cadeiras, cozinha, mesas e acomodou confortavelmente tod@s participantes. Além disso, ficava em um pracinha silenciosa com uma vista muito bonita para o mar.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">O evento começou no domingo por volta das 15 horas e iniciou com a apresentação da ginecologista Maria Inês, já conhecida entre </span><span style="font-family:arial;">@</span><span style="font-family:arial;">s g</span><span style="font-family:arial;">afean@s por sua participação no Resistir para Existir I. Novamente, a Dra. Inês se mostrou muito competente no seu trabalho e capaz de adequar sua fala ao público do Campeche. Com maquetes do sistema reprodutor feminino e masculino, a médica mostrou o funcionamento dos corpos considerando as diferenças sexuais. Diversas dú</span><span style="font-family:arial;">vidas foram esclarecidas, como doenças masculinas e femininas, questões da primeira menstruação, vida sexual, menopausa e importâ</span><span style="font-family:arial;">ncia do diálogo entre os casais. Uma conversa espontânea aconteceu diversas vezes durante a apresentação e os resultados da atividade se mostraram imediatamente com as reflexões d@s participantes.</span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOmOvOr6OI/AAAAAAAAAI0/ny4kh40PROk/s1600-h/429455.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://3.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOmOvOr6OI/AAAAAAAAAI0/ny4kh40PROk/s320/429455.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252224362570574050" border="0" /></a><span style="font-family:arial;">Após a atividade, a Dra. Inês foi muito elogiada por sua sutileza e domínio dos temas tratados. Esse cuidado da médica foi fundamental para que o assunto fluísse e não causasse nenhum tipo de má impressão n@s presentes.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Depois da oficina “Conhecendo Corpos” com a Dra. Inês, todo mundo foi aproveitar o lanchinho, com bolachas, frutas e café. Nesse momento, co</span><span style="font-family:arial;">n</span><span style="font-family:arial;">hecemos quem eram as pessoas interess</span><span style="font-family:arial;">adas na GAFe e na atividade.</span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOmnAxQLII/AAAAAAAAAI8/rCyYUKjVxUE/s1600-h/429457.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOmnAxQLII/AAAAAAAAAI8/rCyYUKjVxUE/s320/429457.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252224779595820162" border="0" /></a><span style="font-family:arial;">Retornamos com a exibição do curta metragem “Acorda, Raimundo acorda”. Este filme, com atores e atrizes conhecid@s, como Paulo Betti, Eliane Giardine e José Mayer, mostra uma troca de sexo entre o casal Raimundo e Marta. Si</span><span style="font-family:arial;">tuações de falta de dinheiro, conflitos familiares, trabalho doméstico, maternidade e machismo são explorados de maneira clara, e, em muitas vezes, cômica.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Após o filme diversas idéias foram expostas sobre os diferentes papéis sociais de homens e mulheres. Apesar de reconhecerem as exceções, muitas mulheres confirmaram que o machismo e a responsabilidade pelo trabalho doméstico são presentes no cotidiano da maioria das mulheres. Discutimos ainda a educação diferenciada para meninas e meninos e de como isso interfere no nosso futuro. Acredito que tod@s saíram dispost@s a lutar por uma relação mais igualitária no cotidiano, já que reconhecemos que estes pap</span><span style="font-family:arial;">éis não são naturais, mas socialmente impostos.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Ainda exibimos o curta “Artigo Segundo” que aborda as diferentes formas de violência presente no nosso cotidiano. O filme também usa uma linguagem simples e representa como conversas e atitude aparentemente inocentes servem para reforçar o machismo.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Ficou claro entre as mulheres que temos participação ativa na perpetuação do machismo e que somos coniventes com vários discursos sexistas e preconceituosos. Após este filme, várias histórias e trajetórias de vida foram contadas</span><span style="font-family:arial;"> e a diferente idade d@s participantes permitiu uma comparação entre os dias de hoje e décadas anteriores. O Resistir para Existir II terminou por volta das 19h30min.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">Por fim, acho que o mais importante é que a atividade tenha ajudado a tod@s a buscar relações familiares, profissionais e cotidianas mais igualitárias, porque como foi falado na atividade, o feminismo não é o contrário do machismo, mas uma luta constante e árdua pela igualdade.</span><br /><br /><span style="font-family:arial;">O GAFe agradece muito a boa vontade de tod@s @s participantes , da Dra. Inês, sempre ajudando o grupo, a Dona Jupira, moradora do Campeche, que participou da atividade e teve que dedicar todo seu domingo, a tod@s e tod@s da GAFe que ajudaram se estressando, dando caronas, tirando fotografias, carregando coisas e tudo mais. Valeu a tod@s!!!<br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOm5amPI_I/AAAAAAAAAJE/SrMigJzN2lE/s1600-h/429460.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://2.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SOOm5amPI_I/AAAAAAAAAJE/SrMigJzN2lE/s320/429460.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5252225095766582258" border="0" /></a><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">MAIS FOTOS -></span> http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2008/09/429453.shtml<br /></div>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-19948609602014680362008-09-28T19:58:00.000-07:002009-09-22T17:41:10.230-07:00noticias - CMI<img src="http://brasil.indymedia.org/images/2008/09/429060.jpg" align="right" border="1" hspace="5" /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><span style=";font-family:arial;font-size:180%;" ><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 0);">28 DE SETEMBRO: ABORTO NÃO É CRIME!</span></span><span style=";font-family:arial;font-size:180%;" ><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 0);"><br /></span></span> <p style="font-family: arial;" class="featuredescription"> </p><div style="font-family: arial;"> <p>28 de Setembro marca a luta pró-escolha pela descriminalização e legalização do <a href="http://www.prodema.ufpb.br/revistaartemis/numero8/artigos/artigo_10.pdf">aborto na América Latina e Caribe.</a></p><p>Hoje, o aborto é livre e seguro na cidade do México, Guianas, Barbados, Cuba, nas Antilhas Francesas e em Porto Rico. No Uruguai, sua despenalização já foi aprovada pelo Senado, passando a lei de 'Saúde Sexual e Reprodutiva' agora para votação no Congresso. Na Colômbia, Bolívia, Argentina, Peru, Paraguai e Brasil a legislação considera apenas algumas excessões à lei que criminaliza o aborto, casos esses que precisam passar por muita burocracia e discriminação pelas instituições e agentes jurídicos e de saúde. Em El Salvador, Nicarágua, Chile, Honduras, na República Dominicana e em San Martín, o aborto é considerado crime em todos os casos.</p><p>Direitos Reprodutivos englobam, entre outras, as questões da fecundidade, sexualidade, reprodução, saúde, adoção e inseminação artificial. De sexta a domingo pessoas saem às ruas, em várias cidades, para exigir que nenhuma mulher vá para a cadeia ou responda processo criminal por ter realizado a interrupção de sua gravidez.</p><p><strong>São Paulo: ato na praça Ramos de Azevedo, centro. Sexta 26 às 13:30h.</strong></p><p><strong>Brasília: ato na rodoviária do plano piloto. Sexta 26 às 16:30h.</strong></p><p><strong><a href="http://midiaindependente.org/pt/green/2008/09/429231.shtml">Leia o manifesto</a></strong></p><p><strong>Artigos Relacionados:</strong><a href="http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/09/291306.shtml">28 de setembro: Dia Latino Americano pela Legalização do Aborto</a> | <a href="http://www.midiaindependente.org/pt/red/2005/09/330578.shtml">Aborto na América Latina</a> | <a href="http://www.midiaindependente.org/pt/red/2005/09/330930.shtml">A situação do aborto na América Latina e no mundo</a> | <a href="http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2008/05/420594.shtml">Direitos Sexuais e Reprodutivos: desafios para a cidadania</a> | <a href="http://prod.midiaindependente.org/pt/blue//2008/08/426945.shtml">Pelo direito à escolha em casos de anencefalia</a> | <a href="http://prod.midiaindependente.org/pt/blue//2008/09/429180.shtml">26 de Setembro - Ato em solidariedade às mulheres condenadas por fazerem aborto</a></p></div> <a style="font-family: arial;" href="http://midiaindependente.org/pt/blue/2008/09/429246.shtml">comente essa matéria</a><br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 0);font-family:arial;font-size:180%;" >JUSTIÇA PARA NOSSA IRMÃ MARCELLA SALI GRACE!</span><br /><p style="font-family:arial;"> <span class="articletitle"> Ativista norte-americana é estuprada e morta em Oaxaca<br /></span> <span class="articleauthordate"> Por OAXACA 28/09/2008 às 00:57<br /></span></p> <p style="font-family: arial;"> </p><div style="font-family: arial;" class="articleabstract"> <div><img src="http://brasil.indymedia.org/images/2008/09/429387.jpg" align="left" border="1" hspace="5" /> <p><strong>Irmãos e irmãs</strong></p><p>Nossos corações estão cheios de tristeza e raiva porque nossa irmã Sali foi estuprada e assassinada brutalmente a 20 minutos de San José del Pacífico e até o momento a procuradoria de Oaxaca, como é de costume, não está fazendo nada apesar de existirem testemunhas que fornecem indícios para identificar os responsáveis.</p><p>Marcella Sali Grace nasceu nos Estados Unidos, com um coração grande e solidário com as causas justas; tinha muitas amigas e amigos porque sempre estava disposta a ajudar, assim como com seus dotes de artista pintava uma manta ou uma parede, ou dançava sua dança árabe para conseguir fundos para a luta, ou fazia seus shows com bandas punks, ou dava seus cursos de defesa pessoal pessoal para mulheres pois conhecia muito bem como os homens as assediam. Essa era uma de suas lutas: para que as mulheres fossem livres e respeitadas. Sali estava tão comprometida com a luta que foi observadora internacional de irmãos e irmãs que estão sendo hosilizadas pelo mal governo de Ulises Ruiz Ortiz.</p><p>Desgraçadamente nesse 24 de setembro foi encontrado o corpo de uma mulher com as características físicas de Sali, em uma cabana desabitada a vinte minutos do povoado de San José del Pacífico, quando um habitante foi alimentar alguns cachorros que viviam ali, e lhe impressionou um odor fétido que provinha de tal cabana. Foi quando avisou às autoridades municipais. Foi feita a busca do corpo, que se encontrava já em decomposição; depois de tal empreitada, nenhuma informação mais foi dada à população.</p><p>No dia anterior foi dado um aviso à companheira Julieta Cruz (que tinha conhecimento que Sali se dirigia para tal lugar), que uma jovem estrangeira se encontrava no anfiteatro de Miahuatlán, para onde ela se dirigiu e reconheceu o corpo de Sali devido a suas tatuagens, já que seu rosto estava irreconhecível. A companheira supõe que devido a queimaduras (pois não se explica por que o resto do corpo tem danos visivelmente menores). Quanto pedimos o número do processo nos foi negado, assim como os resultados da necrópsia, argumentando que por não sermos familiares da pessoa não poderíamos ter acesso a nenhuma informação.</p><p><strong><a href="http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2008/09/429394.shtml">Leia a matéria completa.</a></strong></p></div> </div> <p style="font-family: arial;"> </p> <p style="font-family: arial;">Devido ao trabalho solidário com a luta popular do povo de Oaxaca, de outras lutas do mundo e contra o racismo na fronteira do México com os Estados Unidos, em diversas ocasiões e a diferentes pessoas, Sali comentou que em Oaxaca, datas recentes sofreu perseguição política e vigilância. Isto nos faz pensar que seu covarde assassinato tenha relação com a repressão generalizada aos movimentos sociais e dirigida particularmente a observadores/as internacionais. Por isso mesmo não descartamos que os mentores do crime sejam os mesmos que ordenam a repressão contra o povo de Oaxaca que luta por justiça e liberdade.</p><p style="font-family: arial;">Frente a estes atos sangrentos, e pela brutal crueldade que fizeram à companheira Sali, não deixamos de lado que pode ser uma clara mensagem dirigida a todo o povo de Oaxaca, assim como aos companheiros solidários de diferentes partes do mundo; isto dizemos baseado nas recentes notícias que estão circulando a nível nacional e internacional, que 'os appistas que mataram o jornalista norte-americano Bradley Roland Will' e como não existe justiça em Oaxaca, nos preocupa a distorção da informação que poderia interferir na busca de uma verdadeira justiça para nossa companheira e a já evidente lentidão burocrática com que estão tratando o caso as autoridades atualmente implicadas na investigação.</p><p style="font-family: arial;">Ante estes lamentáveis fatos EXIGIMOS:</p><p style="font-family: arial;">Agilização imediata das investigações.</p><p style="font-family: arial;">O esclarecimento imediato dos fatos.</p><p style="font-family: arial;">Castigo a assassinos e mentores intelectuais.</p><p style="font-family: arial;">Justiça para nossa irmã Marcella Sali Grace!</p><p style="font-family: arial;">Basta de assassinatos, violência e ódio contra as mulheres que lutam por justiça!</p><p style="font-family: arial;">Pedimos sua adesão (no endereço eletrônimo indicado) a essa exigência de justiça e para integrar as atividades urgentes para exigir o esclarecimento de tais covardes fatos.</p><p style="font-family: arial;">rebeldiasentrelazadasNOSPAM@NOSPAMyahoo.com<br />Información: (01 951) 5178190 CIPO</p><span style="font-family:arial;">Assinam:</span><br /><span style="font-family:arial;"> Encuentro de Mujeres Oaxaqueñas "Compartiendo Voces de Esperanza"</span><br /><span style="font-family:arial;"> Colectivo Mujer Nueva</span><br /><span style="font-family:arial;"> Consejo Indígena Popular de Oaxaca Ricardo Flores Magón</span><br /><span style="font-family:arial;"> Voces Oaxaqueñas Construyendo Autonomía y Libertad</span><br /><span style="font-family:arial;"> Colectivo Tod@s Somos Pres@s</span><br /><span style="font-family:arial;"> Encuentro de Jóvenes en el Movimiento Social Oaxaqueño</span>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-38686215782525535522008-09-23T20:55:00.001-07:002009-09-22T17:41:28.795-07:00Resistir Para Existir II<div style="text-align: justify;"><br /><div style="text-align: center;"><span style="font-weight: bold;font-size:180%;" ><span style="color: rgb(255, 0, 0);font-family:arial;" >RESISTIR PARA EXISTIR II :: DOMINGO :: 28 de Setembro :: 15h :: CAMPECHE</span></span><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-family:arial;" ></span></div><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-family:arial;" ><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SNohG7uNAVI/AAAAAAAAAGk/WoPi98RLrU8/s1600-h/drooker.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer;" src="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SNohG7uNAVI/AAAAAAAAAGk/WoPi98RLrU8/s400/drooker.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5249544718648148306" border="0" /></a><br /><span style="color: rgb(255, 0, 0); font-weight: bold;font-family:arial;" >Saudações!</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >Nesse domingo vai rolar a segunda edição do evento que a gente chamou de <span style="font-weight: bold;">Resistir Para Existir</span>. Ele aconteceu pela primeira vez ano passado e este ano vai ser lá na comunidade do <span style="font-weight: bold;">Campeche</span>.</span><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >O objetivo é criar um espaço de aprendizagem e troca de experiências sobre os temas relacionados ao nosso corpo, a sexualidade, nossos desejos e inibições, as relações desiguais entre homens e mulheres na sociedade, suas possibilidades de <span style="font-weight: bold;">mudança e</span> <span style="font-weight: bold;">subversão</span>! Os espaços de conversa como sempre vão acontecer de maneira bem solta, pra que a gente possa, a partir do compartilhamento de nossas experiências do dia a dia, pensar como se dão os mecanismos que nos abrem e fecham portas.<span style="font-weight: bold;"> Nós marcamos dias e horários, mas quem constrói o espaço são essencialmente aquelas pessoas que aparecem para escutar, aprender, falar, ensinar, enfim..estabelecer uma troca de informações e sensações.</span> Por isso convidamos você para participar! O evento é de graça e aberto. Pode levar seu marido, esposa, namorada, filho, papagaio, cachorro, vizinha, colega da escola, avô, amigo, amante.. Enfim!! Tendo alguma vontade ou curiosidade é só chegar lá! </span><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="color: rgb(255, 0, 0);">O QUE?</span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"> Resistir Para Existir II</span></span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="color: rgb(255, 0, 0);">QUANDO?</span> <span style="color: rgb(255, 255, 255);">Domingo, 28 de Setembro a partir das 15h</span></span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="color: rgb(255, 0, 0);">ONDE?</span><span style="color: rgb(255, 255, 255);"> no Salão da Capela São Sebastião. No Campeche! (fica no final da rua capela são sebastião)</span></span><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);font-family:arial;" >O QUE ESTÁ PROGRAMADO?</span><br /><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >*Filmes + Conversa:</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >-Terra Fria</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >(um longa sobre o primeiro processo judicial de assédio sexual nos EUA)</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >-Acorda Raimundo Acorda</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >(um curta brasileiro sobre uma família onde os papéis do marido e da mulher estão trocados)</span><br /><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" ><br />*Conhecendo Nossos Corpos</span><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >Essa é uma expedição essencial pelos corpos de homens e mulheres. Uma trilha emocionante (eu pelo menos achei..) guiada pela nossa amiga ginecologista, a Dra. Ines.</span><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:arial;" ><span style="color: rgb(255, 0, 0);">E PORQUE?</span> <span style="font-style: italic; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >Porque junt@s faremos de nossa existência uma arte de resistência!!!!</span></span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >Quem convida é o Grupo de Ação Feminista (GAFe) de Floripa. Um grupo autônomo de homens e mulheres que promovem ações orientadas para a mudança entre as relações desiguais de gênero na nossa cidade. O nosso email é gafe@lists.riseup.net e o site é www.gafeminista.blogspot.com .</span><br /><br /><span style="color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >Até Lá!</span><br /><div style="text-align: center; color: rgb(0, 0, 0);"><span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 255, 255);font-family:arial;" >GAFe - www.gafeminista.blogspot.com</span><br /></div></div><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Njd6H_2vWHg/SNm6lcMkT0I/AAAAAAAAAGc/rZS2cu7kZuM/s1600-h/drooker.jpg"></a>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9190468255604922675.post-25892049944466427362008-09-17T10:23:00.000-07:002009-09-22T17:41:50.008-07:00Pelo direito à escolha em casos de anencefalia<p style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);"> <span class="articletitle">*artigo tirado do Centro de Mídia Independente -> <a href="http://www.midiaindependente.org/">CMI</a><br /></span> <span class="articleauthordate"> Por DIREITOS REPRODUTIVOS 25/08/2008 às 10:16 </span> </p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);"> </p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);" class="articleabstract"> <img src="http://brasil.indymedia.org/images/2008/08/426936.jpg" align="right" border="1" hspace="5" /> <p>Terça-feira 26, ocorre a primeira das audiências públicas que retomam a questão da anencefalia no Brasil. A anencefalia é a malformação na qual o feto apresenta ausência total ou parcial do encéfalo e da calota craniana, ou seja, não desenvolve o cérebro. Isso significa que fetos sob tal condição apresentam chances irrisórias de sobrevivência após partos muitas vezes difíceis, e quando nascem, possuem expectativa de uma vida vegetativa e de curtíssima duração. Situação dolorosa e fatal, que ainda se intensifica pelo fato de mulheres e famílias não poderem escolher qual a melhor maneira de vivenciá-la.</p><p>Em 1º de julho de 2004, o ministro Marco Aurélio Mello, foi relator da ação apresentada pela Confederação Nacional dos/as Trabalhadores/as na Saúde (CNTS), que recorria ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que as mulheres pudessem realizar uma antecipação terapêutica da gestação de fetos com anencefalia. Ainda que tivesse amplo respaldo da comunidade médica e científica, e nem mesmo quisesse tratar o tema como questão de aborto, tal ação foi fortemente perseguida e condenada por frentes da igreja.</p><p>Campanhas pró-escolha de várias partes estão à caminho das audiências para reivindicar o direito de que mulheres possam optar pela interrupção da gravidez de fetos anencéfalos. <a href="http://www.anis.org.br/IdeiasLivres/Descricao.cfm?IdPodcast=3">"Nenhuma mulher deve ser obrigada a interromper a gestação. Nenhuma mulher deve ser obrigada a manter a gestação de um feto que morrerá"</a>. Leia a programação abaixo, acompanhe o <a href="http://www.stf.gov.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=54&classe=ADPF&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M">processo</a> e assine a <a href="http://www.petitiononline.com/ADPF54/petition.html">petição</a></p><a href="http://midiaindependente.org/pt/blue/2008/08/426945.shtml">Matéria Completa</a> <p><strong>Editoriais Relacionados:</strong><a href="http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2008/05/420594.shtml">Direitos Sexuais e Reprodutivos: desafios para a cidadania</a> | <a href="http://prod.midiaindependente.org/pt/blue/2008/02/412100.shtml">Nova ofensiva contra a luta pelo direito de decidir</a></p> </div><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);"> </div><p style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);"> </p><div style="text-align: justify; color: rgb(255, 255, 255);"> Leia Mais<br />Programacao<br />terça-feira (26/8) 9h (STF)<br />Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)<br />Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd)<br />Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família<br />organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir<br />Associação Médico-Espírita do Brasil (AME).<br />quinta-feira (28/8) 9h (STF)<br />Conselho Federal de Medicina (CFM)<br />Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia<br />Sociedade Brasileira de Medicina Fetal<br />Sociedade Brasileira de Genética Clínica<br />Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência<br />quinta-feira (4/9) 9h (STF)<br />Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis)<br />Associação de Desenvolvimento da Família (Adef)<br />ONG Escola de Gente<br />Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos</div>Grupo de Ação Feministahttp://www.blogger.com/profile/11743540105210418015noreply@blogger.com0