quinta-feira, 28 de maio de 2009

PicNic da GAFe - DOMINGO!


O QUE?
PicNic da GAFe para pensar o coletivo e planejar nossas próximas acoes.

QUANDO?
Esse domingo mesmo, dia 31. Vai ser às 15h...

ONDE?
Lá no Parque do Corrego Grande!

O QUE LEVAR?
Anseios, vontades, ideias e comida. Tudo a ser compartido.

.... e nos vemos!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Sexo contra sexo ou classe contra classe?


"Se nós mulheres integramos diferentes classes sociais em luta, por isso, não constituímos uma classe diferente,mas sim um grupo policlassista.
Mesmo assim, consideramos que a exploração e a opressão
se combinam de diversas maneiras. O pertencimento de classe
de um sujeito delimitará os contornos de sua opressão. Por
exemplo, ainda que a impossibilidade legal de exercer o direito
sobre o próprio corpo seja uniforme para muitas mulheres do
mundo no plano formal do corpus jurídico, não são equivalentes
- no plano do real - as práticas ilegais possíveis e suas previsíveis
conseqüências para quem tem acesso ao clandestino aborto
asséptico por posição econômica, social e até nível educativo, e
para quem deve morrer por hemorragias e infecções, vítimas de
uma ordem patriarcal com descarado rosto capitalista.
Ou seja, ainda que se possa afirmar que o conjunto das
mulheres padece de discriminações legais, educacionais,
culturais, políticas e econômicas, o certo é que existem evidentes
diferenças de classe entre elas que moldaram em forma
variável não só as vivências subjetivas da opressão, mas
também e, fundamentalmente, as possibilidades objetivas de
enfrentamento e superação parcial ou não destas condições
sociais de discriminação.
Se todas as mulheres são oprimidas pelo sistema patriarcal em vigor na quase totalidade das sociedades contemporâneas, não o são pelas mesmas razões, além do que, há oprimidas que oprimem e é importante ressaltar isto.Se não for pela questão de classe como se explica a opressão de gênero, enquanto Ivanna Trump se converte em uma empresária independente no mundo dos negócios, ou Hillary Clinton se senta no poderoso senado norte-americano, e por outro lado 60 milhões de meninas ainda não têm acesso à educação?Supor que somente por serem mulheres há algo que vincula Margareth Thatcher com as desempregadas inglesas, as empregadas domésticas da Argentina, ou as operárias mexicanas é, em última instância, cair no reducionismo biológico da ideologia patriarcal dominante que as mesmas feministas criticam seriamente. Falar de gênero assim, portanto, é fazeruso de uma categoria abstrata, vazia de sentido e impotente para a transformação que queremos levar adiante."


Andrea D´Atri - do livro Pão e Rosas"-

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Direitos Iguais para as Trabalhadoras Domésticas!


Artigo publicado pelo CFEMA - http://www.cfemea.org.br/noticias/detalhes.asp?IDNoticia=911

Mais um 27 de abril sem equiparação

Quando a Constituição Federal dá tratamento diferenciado para a maior categoria feminina, negra e empobrecida do país, é um sinal de que temos um problema de raça, gênero e classe para ser enfrentado pela sociedade brasileira.

Garantir alguns, mas não todos os direitos que são assegurados às demais categorias urbanas, torna o trabalho doméstico constitucionalmente discriminado, tratado como subtrabalho. Pesquisas apontam que essas atividades geram impacto no desenvolvimento dos índices econômicos do país, pois o exercício desse trabalho viabiliza e permite que outra parcela da população esteja em atividades diretas da produção economicamente reconhecida.

As medidas já adotadas pelos governos e Congresso não foram capazes de assegurar todos os direitos trabalhistas para milhões de trabalhadoras do setor. Garantir a equiparação dos direitos é enfrentar o patriarcado e o racismo. Como o CFEMEA tem apontado em suas análises sobre o trabalho doméstico, a desvalorização dessa atividade profissional está diretamente relacionada a quem o realiza (mulheres, na maioria das vezes negras), e ao tipo de trabalho que se faz (doméstico). Esse foi um trabalho destinado às mulheres como exercício de atividades “naturais” do sexo feminino. Sendo assim, é visto sem necessidade de ser remunerado (ou quando é pago, é mal pago), ou ainda, um trabalho cuja sociedade, governos e famílias não conferem qualquer valor contributivo para as riquezas do país.

Assim, falar sobre direitos sociais para uma profissão essencialmente feminina, negra, com baixa escolaridade e pobre e que se realiza na esfera do mundo privado, não é tarefa fácil. Mas é necessária como uma proposta de reparação histórica!

Por essa razão, os movimentos de mulheres e as organizações das próprias trabalhadoras (reunidas na FENATRAD- Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas) reivindicam que tanto o Projeto de Lei 1626/1989, de autoria da ex-senadora Benedita da Silva - oriunda da categoria de domésticas – e que está na Pauta para votação final pela Câmara dos Deputados desde fevereiro de 2007. E mais: que os direitos integrais sejam assegurados no texto da Constituição, fazendo tramitar uma Proposta de Emenda Constitucional capaz de garantir todos os direitos concedidos @s demais trabalhador@s brasileir@s, resolvendo a equiparação do trabalho doméstico, mesmo 20 anos depois.